Independente dos números, que variam de 1,5 milhão a 2 milhões de acordo com veículo, que saíram às ruas hoje para protestar contra a Presidente Dilma é necessário fazer algumas observações.
1º O governo perdeu o controle da articulação política há muito tempo. A vitória de Eduardo Cunha foi só a concretização do que já vinha acontecendo nas duas casas legislativas do país.
2º A presidente insiste num discurso em que em vez de promover a conciliação nacional, amplia a distância entre o seu governo e o que pensa uma parcela expressiva do povo brasileiro.
3º Ainda bem que a maioria da população não embarcou na canoa furada daqueles que pedem a volta do regime militar. Uma coisa é ser contra o governo Dilma, outra é pedir a volta da ditadura.
4º A entrevista concedida pelos ministros José Eduardo Cardozo e Miguel Rosseto ao fim das manifestações não trouxe nada de novo, nem acrescentou qualquer esperança aos brasileiros que foram à rua protestar.
5º Foi estranha a ausência do ministro Aloizio Mercadante na coletiva já que estava no palácio. Talvez Dilma esteja pensando em mudar grande parte do seu governo.
6º As manifestações foram pacíficas em sua grande maioria, o que demonstra que o povo não aceitou provocações. Também não aceitou interferências políticas ou partidárias. Bolsonaro tentou falar no Rio, mas foi vaiado. Em São Paulo, o deputado Paulinho da Força tentou discursar e foi impedido pela multidão.
7º Uma coisa ficou clara, a corrupção foi o tema central de ponta a ponta do país, talvez por conta da Operação Lava Jato. O que o povo espera é que os deputados, senadores, ministros, governadores e outras autoridades que meteram a mão no dinheiro público sejam punidos. A culpa pela lentidão do julgamento não é do Executivo, mas não indicar um ministro do Supremo por 8 meses, desde a saída de Joaquim Barbosa, deixa a sensação de pouco apreço pelo Judiciário.
O governo certamente perdeu, mas não é certo que a oposição tenha ganho. O povo disse claramente que não está satisfeito com Dilma, e muito menos ainda com o PT. Porém isso não significa que tenha escolhido canalizar esse descontentamento em favor desse ou daquele partido. Se a presidente Dilma quiser resolver a sua situação política ouça o conselho do marqueteiro de Bill Clinton: "A economia, sempre a economia é que mexe com as pessoas".
Blog do Garotinho
0 comentários:
Postar um comentário