SÃO PAULO — Quem quiser um celular 4G terá de preparar o bolso. Especialistas estimam que os novos modelos custem no Brasil pelo menos o dobro dos 3G — que variam, desbloqueados, entre R$ 169 e R$ 2.699. Os motivos seriam a baixa escala de produção mundial e a complexidade da tecnologia — já que os aparelhos 4G precisam ter também a tecnologia 3G, a HSPA+ (conhecida como 3,5G) e a GSM.
Eduardo Tude, diretor da consultoria Teleco, menciona que estão ativos hoje no Brasil 45 milhões de aparelhos 3G, enquanto em todo mundo funcionam só 20 milhões de celulares com o 4G da mesma frequência a ser utilizada aqui — a de 2,5 gigahertz (GHz).
No mundo existem pelo menos quatro frequências diferentes para o 4G. As dos Estados Unidos (de 800/700 MHz e de 2,1 GHz), por exemplo, não são as mesmas que as brasileiras. Isso quer dizer que não adianta comprar celular — nem o novo modelo de iPad — americano para usar no Brasil, porque as redes não são compatíveis. Os produtos dos EUA funcionarão aqui, no máximo, na frequência 3,5G, explica Tude.
— Os feitos na Europa (2,5 GHz/2,6 GHz) e na China (2,5 GHz) podem ser compatíveis com a rede do Brasil. Mas o consumidor terá de ficar atento à frequência quando pensar em comprar fora do país — diz João Moretti, diretor da consultoria MobilePeople.
Analistas dizem que o custo do serviço ao consumidor deve ser semelhante ao cobrado hoje na terceira geração — que tem como preço mínimo R$ 60. A consultoria Teleco estima que, com o 4G, o internauta consiga baixar uma foto num segundo e uma música em quase dois segundos, mas outros especialistas dizem que, inicialmente, a abrangência da tecnologia será muito restrita, uma vez que só poderá funcionar em locais onde já exista cobertura 3G.
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