Por Miriam Leitão
Uma pesquisa feita pela Fundação Dom Cabral com 130 executivos de empresas de grande porte mostrou como está difícil encontrar trabalhador preparado: 92% têm dificuldades para empregar profissionais capacitados para os cargos que oferecem. Há vagas, mas falta mão de obra. Essa pesquisa foi publicada hoje pelo jornal "O Globo".
Está acontecendo uma coisa muito interessante no mercado de trabalho brasileiro. Os empresários com que converso dizem sempre a mesma coisa: falta gente capacitada. Nos últimos anos, temos ouvido falar em apagão de mão de obra.
Por outro lado, as estatísticas mostram que o Brasil ainda tem muita gente no mercado informal e desemprego alto entre jovens que, hoje, têm mais anos de estudo do que a população de outras gerações. Então, tem alguma coisa esquisita aí.
A notícia boa é que, de fato, o desemprego tem ficado muito baixo. Ontem saiu a Pesquisa Mensal de Emprego (PME). A taxa de desocupação ficou em 5,7% em março, a melhor para o mês desde 2002, apesar de o país estar crescendo tão pouco. Em março de 2012, estava em 6,2%.
Houve aumento da desocupação em São Paulo; a indústria demitiu, mas isso não afetou o dado geral. A inflação está corroendo a renda, que caiu um pouco.
O mercado de trabalho não está "bombando", mas se mantém muito bom, com nível de desemprego baixo. Só para fazer uma comparação: na Espanha, o desemprego está em 27,2%; aqui, em 5,7%.
A pesquisa da Fundação Dom Cabral mostrou também que 76% dos entrevistados promoveram cursos de capacitação para novos funcionários. Que notícia boa! É esse o caminho.
Está na hora de diminuir exigências e aumentar o esforço da empresa para qualificar essa mão de obra que quer entrar no mercado de trabalho. Ela tem pouca qualificação e baixa escolaridade, sabemos disso. As empresas podem treinar esses trabalhadores que estão fora do mercado. É isso que elas têm de fazer.
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