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Jovens da classe C têm maior escolaridade, conexão à internet e são menos conservadores


Allan Lopes da Silva é porteiro, mas pagou cursinho particular para filha Samara. Ela conseguiu passar no vestibular e está fazendo faculdade na PUC. Já a filha mais nova, Amanda Moreth da Silva vai fazer o pré-vestibular
Foto: Carlos Ivan / Agência O Globo

RIO - Se a expansão da renda e do poder consumo marcaram a ascensão de quase 40 milhões de brasileiros à classe C na última década, o aumento da escolaridade parece ser a principal mudança entre os membros mais jovens destas famílias. Mas não a única.

Os filhos da chamada nova classe média são mais informados, conectados à internet e têm opiniões menos conservadoras sobre a mulher e o homossexualismo do que seus pais, revela o estudo "Geração C", que acaba de ser concluído pelo Instituto Data Popular. Trata-se de um perfil dos cerca de 23 milhões de jovens de 18 a 30 anos com renda mensal entre R$ 219 e R$ 1.019 e representam 55% dos brasileiros dessa faixa etária.

— Esse jovem vai ser um adulto muito diferente do pai. A educação é o grande diferencial, óbvio. Mas eles já estudaram mais do que os pais e isso traz uma série de desdobramentos, como aumento da renda da família, empregos melhores, mais informação. A primeira geração de universitários da família é menos conservadora, não vê mais a mulher como dona de casa, não vai querer do governo bolsa família, e sim desoneração de impostos para computadores. Eles vão mudar a cara do Brasil — diz Renato Meirelles, sócio-diretor do Data Popular. Segundo ele, o ápice da mudança será em 2022, quando essa geração estará no auge de sua atividade produtiva.

Tomando por base dados da Pesquisa Nacional de Amostra do Domicílios (Pnad) do IBGE e entrevistas com mais de duas mil famílias, o estudo conclui que os filhos da classe C passam quase 50% mais tempo na escola do que seus pais, enquanto na classe A, esse aumento é de 20%. E de cada R$ 100 que recebem, R$ 70 são destinados às despesas da família. Nas classes mais altas, a contribuição é de 20%.

— Ele ajuda mais por causa da necessidade da família. Mas o que mais chama atenção nessa pesquisa é ver que os jovens são os novos formadores de opinião. É para ele que o pai pergunta sobre o que vai ser comprado, para onde a família vai viajar. E eles têm uma força eleitoral muito grande — afirma Meirelles.

Matéria completa em O Globo.
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