A operação Eficiência, nova fase da Lava-Jato hoje nas ruas, se baseia em parte nas delações premiadas dos irmãos Renato Hasson Chebar e Marcelo Hasson Chebar, operadores do mercado financeiro que foram espontaneamente à força-tarefa da Lava-Jato no MPF do Rio paracontar como remeteram dinheiro de Sérgio Cabral para o exterior e lá mantêm, em seus nomes, até o presente, US$ 100 milhões — o equivalente a cerca de R$340 milhões.
Na decisão que autorizou a operação de hoje, o juiz Marcelo Bretas afirma que já tem sob sua custódia "várias dezenas de milhões de reais", depositados em conta judicial, que foram repatriados após as duas colaborações premiadas já homologadas.
Na delação, Renato conta que conheceu Cabral no fim dos anos 1990, quando ele comprava com Renato dólar para viagens para o exterior. A relação dos dois mudou no carnaval de 2002, quando Cabral o procurou com medo do escândalo do propinoduto.
Diz Marcelo Bretas na decisão de hoje, citando depoimento de Renato:
"Que conheceu SERGIO CABRAL no final dos anos 90; Que por volta de 2002/2003, durante o carnaval, Sergio Cabral procurou o colaborador assustado com o escândalo do propinoduto; Que SERGIO CABRAL não estava envolvido com o referido escândalo, mas ficou preocupado com conta que possuiria no Israel Discount Bank of New York (IDB/NY); Que recorda-se que o encontro se deu na Rua Alexandre Ferreira, na Lagoa, no Rio de Janeiro; Que, salvo engano, SERGIO CASTRO de Oliveira ("Serjão/Big") estava presente no referido encontro; Que SERGIO CABRAL perguntou se o colaborador poderia receber os valores que possuía em sua conta de nome "Eficiência", com o que o colaborador concordou, tendo os valores sido transferidos para duas contas de sua titularidade de nome "Siver Fleet" e "Alpine Grey"; Que os valores transferidos foram da ordem de USD 2.000.000,00; Que a partir daí os valores ficaram em nome do colaborador(...)"
Blog do Lauro Jardim, O Globo
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