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Baile Funk completa quarenta anos

Rio - Ele já foi ‘marginal’, mas nasceu em berço de ouro e virou tema de musical. O baile funk completa 40 anos unindo na mesma pista as zonas Norte e Sul, asfalto e favela, e atraindo celebridades para festas com camarotes que custam R$ 3 mil.

É hora de celebrar “o Baile da Pesada que chegou pra arrebentar”, cantado por Fernanda Abreu. O evento foi pioneiro, com as picapes comandadas pelo DJ Big Boy, e será lembrado no musical ‘Funk Brasil, 40 anos de baile’, com pré-estreia grátis hoje no Parque Ary Barroso, na Penha, às 19h.

Foto: Fabio Gonçalves/ Agência O Dia

Foi o Canecão que abrigou as primeiras edições do Baile da Pesada, que tocava música estrangeira de todos os estilos. “Depois fomos tocar em clubes do subúrbio e ficou com a cara mais black, tocando soul. James Brown fervia a pista”, contou Mário Henrique, o DJ Peixinho, 60 anos. Quem comandava as carrapetas era Big Boy, com seu bordão “Hello, crazy people”. “Através do Big Boy é que começaram a dar importância ao DJ na música brasileira”, ressalta Fernanda.

Em 75, a festa acaba e deixa de herança as equipes de som. Na casa de Rômulo Costa, dono da Furacão 2000, funk é coisa de família. “Tem pai que leva o filho pro futebol, eu levava o Jonathan para o baile”, conta o empresário que faz 30 bailes por semana.

O funk que conhecemos hoje nasceu de sacada do DJ Malboro, que lançou em 1989 o CD Funk Brasil, com melodia gringa e letras em português. O ritmo ganhou vertentes: de ‘proibidões’ com apologia ao crime a canções românticas como as de Claudinho e Buchecha. “A partir dos anos 90 começamos a produzir funk nacional”, contou Silvio Essinger, que escreveu o livro ‘Batidão: uma história do funk’, inspiração para o musical.

O sucesso do ritmo subverte a geografia econômica da cidade: no baile da Favorita, na Rocinha, o ingresso é R$ 80. No Barra Music, no asfalto, a entrada é grátis para as mulheres. Foi lá que, quinta, Bárbara Tedde, 20, do Leme, rebolava até o chão com duas meninas da Favela Gardênia Azul. “Onde tem funk eu estou”, contou Stephanie Augusto, 20.

Fonte: O Dia
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