O precário sistema de transplantes de órgãos no Rio de Janeiro e a falta de previsão para a realização de transplantes aumentam o sofrimento dos cerca de 1.600 pacientes que esperam por um órgão no estado. O Rio, que já foi pioneiro em diversos transplantes e chegou a receber pacientes de outros estados em busca da cirurgia, amargura um quadro agravado pelas falta de equipes especializadas em transplantes e a interrupção das cirurgias em grandes centros transplantadores, como o Fundão e o Hospital Geral de Bonsucesso. Só no ano passado, 75 rins captados no estado foram cedidos para outros locais devido à impossibilidade de realização dos implantes no Rio.
A solução encontrada pelo governo do estado, que há sete anos tem como secretário estadual de Saúde o médico Sérgio Côrtes, foi a criação de um Centro Estadual de Transplantes no Hospital São Francisco de Assis, na Tijuca, Zona Norte do Rio. Inaugurada na quinta-feira pelo governador Sérgio Cabral, a unidade recebeu investimento de 3 milhões de reais. Com equipamentos novos e modernos, o centro não cumpriu um requisito básico: não foi credenciado pelo Sistema Nacional de Transplantes, do Ministério da Saúde. Ou seja, a unidade do governo do estado começou a funcionar sem o credenciamento que atesta, entre outras coisas, a capacidade da unidade de realizar transplantes.
O centro estadual realizou na noite desta quinta-feira seu primeiro transplante: o paciente Leandro Carqueja, de 31 anos, recebeu um novo rim após esperar por oito anos. Segundo a secretaria, a equipe que trabalha no novo local é a mesma que trabalhava no HGB.
Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde argumentou que o coordenador do Programa Estadual de Transplantes, Rodrigo Sarlo, entregou no dia 1º de fevereiro a documentação necessária para o credenciamento ao ministério, em Brasília. De acordo com a nota, até receber o credenciamento federal, o centro estadual de transplantes funcionara com uma “autorização especial do secretário de estado de saúde, Sérgio Côrtes”, publicada no Diário Oficial de 19 de fevereiro.
O decreto presidencial número 2.268, de 30 de junho 1997, que regulamenta a lei dos transplantes, no entanto, é claro ao afirmar que o credenciamento é tarefa Ministério da Saúde. Cabe ao órgão “autorizar estabelecimentos de saúde e equipes especializadas a promover retiradas, transplantes ou enxertos de tecidos, órgãos e partes”, diz trecho do decreto.
A ausência do credenciamento preocupa Alfredo Duarte, diretor da Associação dos Renais e Transplantados do Rio de Janeiro (Adreterj). “O credenciamento do Ministério da saúde garante a capacidade técnica dos profissionais e da própria unidade. A abertura de um centro transplantador é muito importante para nós, que esperamos pela oportunidade de receber um novo órgão, mas precisamos ter a segurança de que tudo está sendo feito de forma correta”, afirmou Alfredo, que espera por um transplante de rins.
Em nota, o Ministério da Saúde afirmou que "os estores devem cumprir a lei, que determina que éo Ministério da Saúde que habilita os serviços que realizam transplantes".
Fonte: Veja
1 comentários:
o sergio cortes faz o que ele quer.... ele nao respeita a lei...
o rio nao precisa de hospital novo pra fazer transplante... e so ele investir nos hospitais como uerj, fundao, servidores.... pois tem tradicao em transplante
ease hospital e um organizacao social onde os medicos ganham 20x mais... sera que ninguem vai investigar isso?
eles sairam de bonsucesso porque queriam ganhar mais ... todo mundo aqui no hospital de bonsucesso sabe disso
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