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Os bastidores da reunião com Marco Feliciano e os líderes partidários

Presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves anuncia que não houve acordo na reunião; abaixo Marcos Feliciano deixa a Câmara e confirma que fica (Fotos da Agência Câmara - J.Batista e Luis Macedo)

Do Blog do Garotinho 
Os jornais hoje trazem versões contraditórias sobre o que ocorreu ontem na sala do presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB - RN) sobre a permanência do Pastor Marcos Feliciano na presidência da Comissão de Direitos Humanos. 

Os mais duros desde o início da reunião insistindo para que Marcos Feliciano fosse retirado da presidência da comissão, violando o regimento interno da Câmara, eram Ivan Valente(Líder do PSOL) e José Guimarães (Líder do PT). Alertei ao presidente Henrique Eduardo Alves que uma vez descumprida a lei contra Marcos Feliciano, a Câmara não teria mais regras para os atuais presidentes de comissão. Quaisquer grupos de pressão econômica, política ou social iriam se movimentar para tirar da presidência das comissões os deputados que contrariassem seus interesses. Fui claro, na democracia deve haver o contraditório, mas também deve haver respeito às regras. 

A maioria do líderes - inclusive eu - foi pela manutenção das regras, sem abrir uma exceção para tirar Marcos Feliciano, a menos que ele cometesse qualquer ato à frente da comissão, e não por vídeos de vários anos atrás de suas pregações na igreja. Como deputado ele responderá pelos seus atos, mas como pastor Deus o julgará e mais ninguém. 

Quando a reunião estava prestes a terminar, o líder do PT José Guimarães fez um duro discurso contra o pastor: "Você não quer sair. Você está usando a comissão para se promover. Criamos uma situação para você sair bem".Guimarães referia-se à idéia do Líder do PSB Glauber Braga (RJ) para que fosse dada uma outra comissão para Marcos Feliciano presidir, o que foi recusado por ele. 

Foi então que Feliciano disse: "Eu não estou intransigente. Faço uma proposta ao PT. Eu saio desde que vocês tirem da Comissão de Constituição e Justiça, seu irmão José Genoíno (é irmão do Líder do PT) e João Paulo Cunha condenados no Mensalão". O clima ficou insustentável e a reunião terminou. 

Minha opinião independente das declarações atribuídas a Marcos Feliciano é de que está havendo de fato intolerância religiosa, estão impedindo que ele realize as reuniões da comissão. 

Já havia percebido há muito tempo que o PT faz uma confusão entre Estado laico e Estado ateu. No laico todas religiões são permitidas, aceitas e respeitadas. O Estado não interfere nas instituições religiosas. No Estado ateu, defendido por uma grande parte do PT e do PSOL, a religião é proibida como acontece na China, acontecia na União Soviética e em outros países comunistas. Na democracia é fundamental o Estado laico. Para as ditaduras é fundamental um Estado ateu. Essa é na verdade a briga de fundo que a maioria ainda não entendeu.
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