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Caso Garotinho: Reinaldo Azevedo, da Veja, diz que Ministra acertou na decisão e levanta suspeitas sobre o juiz de Campos


O jornalista do grupo Veja, Reinaldo Azevedo, que é um crítico do ex-governador Anthony Garotinho, publicou em seu blog que a Ministra Luciana Lóssio acertou na decisão e levanta suspeitas sobre o juiz Glaucenir Oliveira. Leia abaixo.


"Garotinho passa por cirurgia cardíaca; como eu havia afirmado, decisão de ministra do TSE de mandar ex-governador para o hospital estava certa

Fui crítico de Luciana Lóssio quando ela nem estava no radar das redes sociais; isso não a impede de tomar uma atitude correta; e foi o que fez ao mandar Garotinho para o hospital e repreender juiz

Estamos vivendo tempos em que o fígado se tornou o principal órgão de pensamento. Em passado remoto, considerava-se ser o coração… O que é melhor? Tenho uma proposta revolucionaria: o cérebro.

Querem saber o que achei da indicação de Luciana Lóssio para o Tribunal Superior Eleitoral? Pois não! O arquivo está à disposição. Vejam ali a lupinha no canto superior esquerdo da página. É só botar o nome da ministra e apertar o “Enter”. Ou clicar na lupa.


Ocorre que, para avaliar se uma decisão oficial está correta ou não, eu me abstenho de proceder a um julgamento político ou moral de seu autor. Primeiro consulto a lei. No dia em que eu optar por ser líder de torcida, mudo de profissão.

Vale dizer: quando critiquei Luciana aqui, eu o fiz não porque se chame “Luciana” e tenha sido advogada de Dilma. Eu o fiz porque não gostei de sua decisão. Se, no entanto, ela faz a coisa certa, então digo: “Fez a coisa certa!”.

E ela fez, não é?, ao determinar que Anthony Garotinho fosse enviado ao hospital, obedecendo, diga-se, a uma avaliação médica. Ao conceder a limitar para que Garotinho fosse enviado ao hospital, Luciana observou que o princípio da dignidade da pessoa humana, previsto na Constituição Federal, “é o marco civilizatório no qual se assenta o Estado Democrático de Direito, e é sempre com vistas a esse primado que o direito deve ser aplicado aos casos concretos”.

A ministra lembrou, e com razão, que não cabe à autoridade judiciária avaliar o quadro clínico do preso, tal como fez o juiz Glaucenir Silva de Oliveira, do TRE-RJ, que, escreveu ela, “assim procedeu sem qualquer embasamento técnico-pericial por parte de equipe médica regularmente constituída, atitude, a meu ver, em tudo temerária, ante o risco de gravame à integridade física do custodiado”.

Pois é… Luciana estava obviamente certa. O juiz, que decidiu ignorando o que diziam os médicos, estava obviamente errado.

O ex-governador foi submetido a uma cirurgia cardíaca no hospital Quinta D’Or neste domingo para desobstruir uma artéria, que recebeu um stent, uma espécie de prótese.

Dada a forma como o debate é feito hoje em dia em certos círculos, as pessoas têm todo o direito de achar que, em razão de tudo o que Garotinho fez, ele tem mais é de morrer na cadeia e que o juiz agiu corretamente ao proceder ele próprio a avaliação médica. Bem, seja com Garotinho ou com o Zé da Esquina, nós devemos nos perguntar se é esse o estado que queremos.

A minha resposta é simples: não é o estado que eu quero. Nem para o Garotinho nem o Zé da Esquina.

Não creio que Garotinho tenha pedido a seus médicos que o submetessem a uma cirurgia cardíaca só para posar de vítima ou para não voltar tão cedo para Bangu.

A ainda estranha história do suborno
Há mais sobre esse caso. A Procuradoria Regional Eleitoral do Rio agora está acusando Garotinho de ter tentando subornar o juiz Glaucenir. Vamos ver. A defesa do ex-governador nega. Suponho que o juiz tenha alguma prova além do mero testemunho. Até porque, sendo assim e com a autoridade que tem, o magistrado dispunha de todas as condições de armar um flagrante. Em casos dessa natureza, a Polícia Federal está aí para isso mesmo.

Acompanhemos a questão atentamente. Não estou dizendo que seja o caso necessariamente, mas cumpre que fiquemos vigilantes. Há um certo clima de vale-tudo em determinados nichos que reúnem candidatos a heróis nacionais.

Ponham uma coisa na cabeça: ou se escolhem as leis da democracia ou se escolhe a barbárie. O meio-termo entre uma coisa e outra é um pouco menos de lei e um pouco mais de… barbárie.

Para encerrar
A minha opinião sobre a decisão de Luciana não é oportunista, agora que sei que Garotinho foi submetido a uma cirurgia. Para eliminar essa eventual suspeita, assistiam ao vídeo abaixo, entre 38min25s e 42min25s. Verifiquem o que eu disse na sexta-feira, no programa “Os Pingos nos Is”.

E afirmei a mesma coisa, também na sexta-feira, do comentário que faço todos os dias no jornal “RedeTV! News”.

Assim, o que faço aqui é apenas reafirmar a opinião que externei imediatamente após a decisão de Luciana Lóssio."
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