Rio 247 - O governo do PMDB no Rio de Janeiro, comandado por Sergio Cabral, pode ter criado uma armadilha para si próprio. Tendo como principal bandeira a chamada "pacificação das favelas", com a política das UPPs, Cabral alimento o mito de um super-herói. Trata-se do secretário de segurança José Mariano Beltrame, que, embora gaúcho, tem sido citado regularmente como um potencial candidato ao Palácio Guanabara.
A candidatura do "xerife Beltrame" já foi estimulada por porta-vozes da oposição midiática, como Merval Pereira, Dora Kramer e Eliane Cantanhêde, que sabem da necessidade de um palanque forte no Rio de Janeiro tanto para o socialista Eduardo Campos como para o tucano Aécio Neves. E Campos foi mais rápido no gatilho, ao convidá-lo para entrar no PSB, com a garantia de que poderá concorrer ao governo – uma notícia antecipada por Merval Pereira, no Globo, e depois confirmada pelo próprio Beltrame.
O vazamento irritou profundamente a cúpula do PMDB, que tenta obrigar Beltrame a ser vice do atual vice-governador Luiz Fernando Pezão, numa tentativa desesperada de alavancar sua popularidade. Nas pesquisas atuais, Pezão aparece bem atrás dos líderes Anthony Garotinho, do PR, e Lindbergh Farias, do PT.
Mas, se Beltrame serve para ser vice, por que não serviria para ser o próprio governador? Quem faz essa pergunta hoje é Ilimar Franco, em sua coluna no Globo:
Só serve para vice
A eventual candidatura do secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, ao governo do Rio enfrenta resistências no PMDB. Lideranças do partido interpretam seus movimentos recentes como uma tentativa de furar a fila.
No PMDB, Beltrame dificilmente terá a legenda para disputar o governo, porque não é, exatamente, do grupo de Cabral – embora contribua para a imagem de seu governo. Ao mesmo tempo, não pode ser demitido, uma vez que o governador dificilmente vitimizaria aquele que é a principal peça de propaganda do seu governo.
Com o convite de Campos, Beltrame deu um nó no PMDB fluminense.
Fonte: Brasil 247
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