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A sabedoria da política na vida pessoal


Por Francisco Ferraz 

Como todas as associações humanas e todas as organizações sociais - como a própria família, as relações de vizinhança, a escola, o trabalho, o lazer, instituições religiosas - possuem sua dimensão política, a sabedoria política tem valiosas lições para aplicação na vida pessoal. 
São conselhos e advertências que se aplicam igualmente à vida pública e à vida privada. Eles oferecem uma perspectiva nova, original e por vezes surpreendente para explicar aspectos da vida pessoal do nosso cotidiano.
São respostas (por vezes paradoxais) dadas a perguntas intrigantes e raramente formuladas, no espaço conceitual vigente da vida privada.
Perguntas como “O que é melhor para o governante: ser amado ou ser temido?” feita por Maquiavel no início do século XVI, e que até hoje, em pleno século XXI ainda é matéria de reflexão e discussão. 
São afirmações categóricas, usualmente formuladas de forma objetiva e concisa, como: “Só se fala para melhorar o silêncio.” “O poder corrompe, e o poder absoluto corrompe absolutamente”
São expressões alegóricas que transmitem o imediato entendimento de uma lição. Observe-se a clareza inusitada da questão da gratidão nessa frase atribuída ao rei Luis XIV: “Cada vez que eu nomeio alguém para um cargo, faço 99 descontentes e crio um ingrato”; ou o uso da frase atribuída a Ninon de Lenclos, célebre cortesã francesa do século XVII, para ilustrar a regra política da cuidadosa administração da ausência para valorizar a presença: “o amor nunca morre de fome, mas costuma morrer de indigestão.”
São expressões latinas, correntes há mais de 2000 anos, como “Cui Bono” (a quem beneficia) ou “quis custodiet ipsos custodes?” (quem cuida aqueles que cuidam?).
São advertências apresentadas por meio de paradoxos como “Quem é advogado de si mesmo tem um tolo por cliente”, ou a antológica declaração de Lincoln “Pode-se enganar a todos por algum tempo; pode-se enganar alguns por todo o tempo; mas não se pode enganar a todos todo o tempo..."
São lições que grandes pensadores formularam como conselhos, para príncipes e governantes, mas que nos ajudam na condução da vida pessoal, em casa, na escola, no trabalho, no amor, e nas demais áreas da vida humana.
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