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Crise nacional afeta Estados e Municípios que já estão em alerta

Suledil 2

Em meio à crise que assola o país, inclusive, admitida pela primeira vez pelo governo federal, de que há possibilidade de deficit na balança comercial, o que quer dizer que estará saindo mais dólares do que entrando no país, Estados e Municípios começam a agir rápido, para não inviabilizar o pagamento de pessoal e afetar a qualidade dos serviços a serem prestados pela população, como coleta de lixo, manutenção de iluminação pública, além da educação e saúde. Dentro deste caos econômico do país, a Prefeita Rosinha Garotinho vai enviar, nos próximos dias, a revisão da peça orçamentária para o ano de 2015, tendo em vista a queda na arrecadação de impostos, transferência de recursos federais e estaduais, bem como perda de receitas nos royalties do petróleo e nas participações especiais. A redução deverá chegar a 500 milhões no Orçamento do 2015.

O professor e secretário municipal de Controle Orçamentário e Auditoria, Suledil Bernardino, explica que todo estudioso sabe que o sistema de produção capitalista vive de ciclos. Períodos de grandes produções e de baixas produções, decorrentes de conjunturas econômicas e até mesmo de fenômenos da natureza, que quase sempre afetam o setor agropecuário, por exemplo. Dentro deste contexto, ele cita a economia brasileira, que teve sua década perdida nos anos 80. E nos 90, com a implantação do Plano Real, o brasileiro encontrou caminhos que proporcionaram um bom período de melhoria econômica para o país e de crescimento do poder aquisitivo, com o surgimento de uma nova classe média emergente desse período de estabilidade.

– Mas hoje a coisa não está fácil. Para dimensionar a crise, o deficit acumulado este ano já passou de R$ 4 bilhões. Em novembro as exportações de carne, um dos componentes importantes da balança comercial, teve queda substancial, principalmente, pela retração das vendas com a Venezuela e Arábia Saudita. Esta semana, também, noticiário do governo informou que a produção industrial está em queda nos últimos meses consecutivos, afetando dois grandes setores, o farmacêutico e o automobilístico, este último, fazendo com que montadoras acumulem mais de 400 mil veículos em seus pátios, por falta de compradores – explica o secretário de Controle.

A indústria de autopeças, acrescenta o secretário, também começa a sofrer o impacto decorrente da paralisação das montadoras de automóveis, que deram férias coletivas de 4 a 5 semanas aos seus trabalhadores, comprometendo a Volvo, em Curitiba, produtora de veículos pesados, a Mercedes Benz, em Juiz de Fora, em Minas Gerais, e São Bernardo do Campo, em São Paulo. Já a Ford afeta diretamente a cidade de São José dos Campos. “Para completar as dificuldades da economia brasileira dentro de uma conjuntura internacional e com a eminência da volta da inflação, o governo federal, através do Comitê de Política Monetária (Copom), órgão ligado ao Banco Central, elevou as taxas de juros 11,25 para 11,75, que terá implicação direta no custo de novos créditos, desestimulando o consumo. É um círculo vicioso, tipo, se correr o bicho pega, se ficar o bicho come”, exemplifica Suledil.

Realidade X Números 

O que deixa a situação do Governo Federal pior ainda é o crescente deficit previdenciário. De 2009 a 2013 a taxa de crescimento do deficit está sendo da ordem de 11% ao ano. Só a Previdência pública civil gerou deficit de 40 bilhões. E o setor militar mais de 22 bilhões. E a Previdência geral reflete nas aposentadorias do INSS, que vai chegar a esse ano a quase 50 bilhões. “Não há outra alternativa para o governo brasileiro, se não rever suas metas como foi anunciado essa semana, com a redução da estimava do crescimento do PIB de 2015 de 2% para 0,8%”, finaliza Suledil Bernardino.

Campos24horas
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