BARCELONA - Duas das maiores empresas da internet, Google e Facebook, estão em conflito. Os novos telefones com sistema operacional da Google, o Android, não permitirão a sincronização dos contatos do Facebook com a agenda do aparelho. Por enquanto, o bloqueio afeta apenas o Nexus S, mas se espalhará para outros telefones com Android.
Em uma mensagem corporativa, a Google afirma ainda acreditar "que a reciprocidade é um passo importante para a criação de um mundo de dados livres. Por isso, incentivamos outros sites e desenvolvedores de aplicativos a permitir que os usuários exportem seus contatos". A Google já havia bloqueado no ano passado a exportação de dados do Gmail para o Facebook por causa da falta de reciprocidade da rede social.
Agora, a Google retirou a funcionalidade que permitia aos membros do Facebook sincronizar sua lista de contatos na rede de Mark Zuckerberg com a do telefone celular Android. A Google acusa o Facebook de oferecer uma falsa ideia de sincronização, porque os dados do Facebook não podem ser exportados para o telefone. Podem apenas ser visualizados, não salvos. Google afirma que a rede social cria, assim, uma falsa sensação de "portabilidade de dados."
Mas o Facebook vai reagir. Na próxima segunda-feira, dia 28, não permitirá mais que os aplicativos do Facebook usem os gerenciadores de publicidade do Google, os poderosos AdSense e DoubleClick. Primeiramente, o Facebook estipulou um conjunto de regras que os softwares de gerenciamento de publicidade deveriam seguir. Um dos destaques é a proibição da utilização dos dados do usuário. Dias depois, o Facebook publicou uma lista das empresas desse ramo da publicidade on-line que foram aceitas... e a Google não estava nela.
Facebook está introduzindo novos serviços que competem diretamente com a Google. É o caso das mensagens. No ano passado, quando o fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, apresentou seu próprio serviço de mensagens que integra e-mail, SMS e bate-papo, foi logo dizendo que não a ferramenta não tinha nascido para matar e-mail. Ele disse explicitamente que o Gmail é um ótimo produto, mas, maliciosamente, falou que no futuro as pessoas talvez queiram um serviço de mensagens mais minimalistas e integrados, como proposto pelo Facebook. A realidade é que a comunicação via redes sociais está reduzindo o volume de e-mails, um dos produtos mais elaborados da Google e que contribui com expressivamente para sua receita com publicidade. Menos e-mails trocados significam, para a gigante de Mountain View, menor receita publicitária.
O crescimento do Facebook é notável. Com 600 milhões de membros, no ano passado foi o site mais visitado nos Estados Unidos, à frente do Google. Alcançou 8,9% do total acessos durante os primeiros onze meses do ano. O percentual do Google foi de 7,2%. Em janeiro deste ano, o Facebook estreou no top 10 da comScore sobre publicidade on-line, até agora liderado pela Google.
Fonte: O Globo
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