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O Big Brother, Fernandinho Beira-Mar e a manipulação da realidade

Do blog do Garotinho
Big Brother: Desviando o foco da realidade

Por Luis Filipe Melo

Pouca gente sabe, mas o reality show BBB, o Big Brother, tem a origem do seu nome num famoso livro escrito pelo inglês George Orwell, em 1949. Orwell foi jornalista e lutou na Guerra Civil espanhola contra o fascismo. É mais conhecido por outro livro, um clássico “A revolução dos bichos”, uma fábula-crítica aos rumos do socialismo pelo qual lutou.

Em 1949 escreveu o romance “1984”, que foi recebido como ficção-científica, e o era para a época, mas que preconizava que nesse ano do título, a sociedade seria dominada pelo Grande Irmão (no original Big Brother), que monitoraria cada passo de todos os habitantes, com câmeras vigiando cada ambiente, ouvindo e vendo tudo. Não aconteceu em 1984, mas está muito próximo da nossa realidade. Essa foi a inspiração para o Big Brother, hoje um sucesso nas TVs do mundo inteiro.

Mas por que citar George Orwell? Porque era um visionário e tem duas frases perfeitas para os dias atuais que merecem uma reflexão. Vamos a elas:

”Quem controla o passado, controla o futuro. Quem controla o presente, controla o passado."

“Numa época de mentiras universais, dizer a verdade é um ato revolucionário.”

Isso tem tudo a ver com a realidade que vivemos hoje no Rio de Janeiro. Muitos não percebem que a negação deliberada pela mídia, das realizações dos governos Garotinho e Rosinha, a tática, de todas as notícias boas dos dois governos serem ignoradas, ou, quando são citadas, o texto ser escrito de forma a induzir que a paternidade é de outro, é um método de manipulação tão maléfico quanto esconder os problemas e os desvios do momento. É o que George Orwell falava de controlar o passado e com isso poder manipular a população no futuro.

Não vou comparar pessoas, mas vou mostrar o maior exemplo dos riscos de controlar e manipular o passado. Estou lendo a biografia de Hitler, escrita pelo historiador inglês Ian Kershaw, um calhamaço de mais 1.000 páginas, que é considerada a obra definitiva sobre o líder nazista, sua ascensão, seu surgimento, os “dias de glória”, e finalmente a derrocada do Terceiro Reich.

Ninguém no meio acadêmico contesta que Hitler só se transformou em um líder da Alemanha, claro que por uma conjunção de fatores, mas um deles, primordial, foi a manipulação do passado da nação.

Havia um sentimento de revolta muito grande na Alemanha, que vinha de uma derrota humilhante na Primeira Guerra, a crise econômica e social devastando a nação, as famílias endividadas, e Hitler veio com o discurso da “escravidão dos juros”, termo repetido pela imprensa germânica, atribuindo todos os males da Alemanha aos judeus. O povo precisava de um bode expiatório, e Hitler, com o apoio da imprensa lhe deu. O resto da história todo mundo conhece.

Nos dias de hoje, o Brasil vem vivendo uma crise moral, a sociedade fazendo cobranças, se mostrando desalentada e desacreditando de tudo e de todos. Num cenário como esse, tendo o apoio da mídia, não é difícil criar um bode expiatório, que se tenta transformar em vilão de todos os males que nos afligem, e ao mesmo tempo, serve para desviar o foco do mar de lama do dia-a-dia.

É o caso do Rio de Janeiro, nos dias atuais, onde criaram o vilão do “populismo”, que leva a reboque Brizola, Garotinho e Rosinha, enfim qualquer um que tenha feito alguma coisa pelo povo. Como eles tiveram conquistas inegáveis, o jeito é escondê-las da população, vide o caso de Fernandinho Beira-Mar, na VEJA.

Garotinho na sua luta por sua justiça, para restabelecer a verdade e manter a sua honra; para provar a sua inocência prestou um inestimável serviço à democracia. Se tivessem conseguido destruí-lo por vias ilegítimas ou ilegais estaria aberto o caminho para depois destruírem outro adversário, e depois mais outro, até se livrarem de todos os incômodos. Não duvidem disso.

Vivemos tempos tenebrosos no Rio de Janeiro. Alguns leitores do blog, às vezes reclamam, dizem que Garotinho se preocupa demais em mostrar os erros e desvios do governo Cabral. Mas não se trata de obsessão. Onde mais certas verdades são noticiadas?

A mídia esconde, as entidades da sociedade civil andam mudas, muitas coisas só chegam ao domínio público porque este blog divulga e a notícia acaba se propagando. Várias denúncias sobre o governo Cabral, por mais que não tenham recebido o tratamento jornalístico adequado, dentro dos princípios da ética e da imparcialidade, mesmo sem o destaque devido, mas só vieram à tona porque Garotinho teve coragem de falar a verdade aqui no blog.

Um dia a sociedade vai descobrir quem são os verdadeiros vilões, mas já terá pago um preço alto por ter sido induzida ao erro. Mas a história está cheia de exemplos, que só muito tempo depois, sociedades descobrem que foram manipuladas, e heróis viram vilões e vice-versa.

Mas uma coisa é inegável. A frase de George Orwell proferida há mais de 60 anos está mais atual do que nunca, ainda mais se levarmos em conta a realidade política do Rio de Janeiro: “Numa época de mentiras universais, dizer a verdade é um ato revolucionário.” A que ponto chegamos!

Mas isso pouco importa para a maioria das pessoas, afinal logo mais tem formação de mais um paredão do BBB 11. E assim milhões vão ligar para votar nos “brothers”, muitos vão torcer por um ou por outro, debater em casa, na rua, no trabalho, enquanto o Brasil real está aí a nos assombrar. Mas como diz Zeca Pagodinho: “Deixa a vida me levar. Ó vida leva eu”...
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