O ponto de combustão a que chegaram as relações entre PMDB e PT já põe em risco o acordo para a presidência da Câmara, pelo qual os dois partidos se revezam no cargo, cabendo ao PT ocupá-lo no primeiro biênio.
Não é só – embora seja muito -, o desequilíbrio na distribuição dos cargos de primeiro e segundo escalões que atormenta e infelicita o partido do vice-presidente Michel Temer. À notória desproporção na ocupação de cargos – o PT tem 17 ministérios contra seis do PMDB – soma-se o tratamento de personagem secundário dispensado à legenda pelo governo.
O PT se empenha em exibir o parceiro da aliança como o mal necessário à governabilidade, em nome da qual tolera seus malfeitos, mas ao qual precisa impor limites. “Menos PMDB, menos corrupção”, vendem.
O salário mínimo, tido como o primeiro embate no qual o PMDB daria o troco, é sempre fator de pressão e barganha, mas é uma conta que tem de fechar, então fechará. O conflito é de luta por espaço de poder e o raciocínio é singelo: se não tiver o poder no governo, o PMDB vai buscá-lo no Congresso.
O que abre espaço para prosperar uma candidatura alternativa como a do deputado alagoano Aldo Rebelo (PCdoB), que tenta se materializar com descontentes da base aliada, o “bloquinho” (PDT, PCdoB e PSB) e com a oposição.
A tarefa da hora de Rebelo é justamente unir em torno de seu nome uma oposição cambaleante, cujas lideranças andaram hipotecando solidariedade ao acordo entre seus adversários.
Fonte: Blog do Noblat
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