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Jovens preparam protesto contra a corrupção no feriado de 12 de outubro

A luta contra a corrupção urge, é pra ontem, mas lhes confesso que me preocupa a visão dos organizadores do Movimento Contra a Corrupção, no Rio de Janeiro. Estão marcadas para o feriado manifestações nas principais capitais do país. Porém aqui no Rio, ao contrário dos outros estados, os organizadores, conforme está em matéria no Globo deste domingo, não querem a participação de partidos, de políticos, de sindicatos, do MST, de entidades do movimento estudantil, nem dos sem-terra.

Alijar todas as entidades representativas da sociedade e impedi-las de participarem dessa luta me parece um grande equívoco. Se há problemas de partidarização de algumas organizações isso é fruto da realidade do país. E não vamos mudá-la só com a participação do Facebook e do Twitter. Não creio que se conseguirá uma mobilização nacional, que sensibilize o povo a ir para a rua só com o contingente de internautas conscientes. Na primeira manifestação na Cinelândia, há cerca de um mês, os organizadores falavam que 25 mil pessoas confirmaram presença pelas redes sociais. Na Hora H apareceram menos de 5 mil.

Manifestação num feriado, na praia de Copacabana, às 13h, quem conhece a realidade sabe que vai mobilizar apenas moradores da Zona Sul. O slogan “Contra a corrupção compartilhe honestidade” é muito zen, algo do tipo “Gentileza gera gentileza”. Como já disse outras vezes corrupção tem nome e sobrenome. Na manifestação da Cinelândia os organizadores quiseram até censurar protestos espontâneos de populares que citavam Cabral, Paes e Sarney e repetiam a toda a hora “essa manifestação não é contra ninguém”.

Sou a favor de toda e qualquer manifestação contra a corrupção, mas é impossível lutar contra esse câncer que desvia bilhões dos cofres públicos sem combater aqueles que são responsáveis por lesar a população. Sem essa consciência não vai se conseguir o apoio do povo. 
 
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