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Pra ser bom de verdade, tem que ser bom para todo mundo


Por Anthony Garotinho

Bastou um final de semana com ações partidárias na cidade do Rio de Janeiro para eu constatar que, assim como no interior do estado, o atual governador Sérgio Cabral (PMDB) simplesmente abandonou os mais carentes e optou por governar para os ricos. Começamos na sexta-feira (25) a implantação dos 44 subdiretórios do Partido da República (PR) na capital fluminense por Copacabana e Botafogo. No evento fechado a correligionários e lideranças comunitárias, ouvi queixas do programa Farmácia Popular, criado no governo Rosinha, que está abandonado em Copacabana. Faltam fraldas geriátricas e infantis para crianças com necessidades especiais. 

Representantes de lideranças na favela Tavares Bastos, em Laranjeiras, destacaram a criação da sede do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), no meu governo, naquela comunidade que hoje vive em paz. Enquanto isso, Cabral brada aos quatro cantos o que chama de sucesso das Unidades de Polícia Pacificadoras (UPPs). Recente editorial publicado no jornal "O Dia" abre o texto da seguinte maneira: "O momento é bastante delicado para a segurança pública. UPPs passam por graves crises de credibilidade; arrastões, tiroteios e roubos aumentam indiscriminadamente; e policiais expressam um repulsivo desprezo pelo cidadão". Como ex-governador do Rio e deputado federal eleito com quase 700 mil votos, acrescento que não adianta 'empurrar' bandidos para a Baixada Fluminense e para o interior do estado e deixar de lado as carências do povo que vive em favelas. E engana-se quem pensa que o tráfico ainda não atua em áreas pacificadas. Onde estão os serviços? Coleta de lixo, postos de saúde, escolas, coleta e tratamento de esgoto. Cinco anos após a implantação das UPPs, os moradores ainda convivem com essas mazelas. 

A verdade é que Sérgio Cabral abandonou os que mais precisam. No sábado (26), na Associação de Moradores da Vila Vintém, em Padre Miguel, durante meu discurso, fui várias vezes interrompido pelos moradores se queixando do atual governador. Segundo eles, Cabral acabou com todos os programas sociais naquela comunidade. Uma senhora lembrou-se do programa do leitinho para crianças abaixo do peso. E Cabral acabou com o programa do leitinho. Outro programa social exterminado pelo atual governo é o café da manhã nas estações de trem. Ao todo, são 60 projetos sociais que Cabral poderia ter aprimorado mas simplesmente cortou das prioridades de seu governo. 

Uma outra jovem disse que a irmã dela foi integrante do Jovens pela Paz, também extinto pelo 'Exterminador do Futuro', apelido dado pela comunidade a Sérgio Cabral. Recentemente, soube que o cantor Naldo, do sucesso "Amor de Chocolate", foi atendido pelo programa Jovens Pela Paz e declarou que, "se não fosse o amparo dentro do projeto social, teria tido um fim igual ao irmão dele MC Lula, morto pelo tráfico". O cantor Mumuzinho, que integra o quadro do programa "Esquenta", de Regina Casé, na TV Globo, também passou pelo programa Jovens Pela Paz. Ainda em Padre Miguel, foi grande minha emoção ao ver uma menina que a mãe recebeu enxoval da Obra do Berço que mantenho há 20 anos e ela lembrar do dia em que nos encontramos pela primeira vez. 

Governar priorizando ações para quem mais precisa, porém, não significa deixar de lado áreas nobres da cidade do Rio de Janeiro. Na implantação do subdiretório do Recreio, no domingo (27), um correligionário lembrou em seu discurso que, embora algumas pessoas na Zona Sul do Rio tenham preconceito contra minha candidatura, nenhum governo realizou tanto pela região quanto o meu. Criamos o Batalhão da PM do Recreio, a Delegacia Legal do Recreio, reativamos o emissário submarino de Ipanema, que apesar de ser uma obra antiga estava deteriorado. Fizemos o saneamento básico da Marina da Glória, a galeria de cintura da Lagoa Rodrigo de Freitas, que acabou com a mortandade de peixes, e delegacias legais em todos os bairros da Zona Sul. 

Um governador, como Cabral, que gasta mais de R$ 1 bilhão de dinheiro público para reformar o Maracanã e entregá-lo ao grupo do empresário Eike Batista para cobrar ingressos caros afastando o povo do estádio; que financia com R$ 15 milhões uma competição de hipismo para a mega milionária Atina Onassis, que exigiu contêineres com ar condicionado para os cavalos dela, enquanto os usuários dos trens sofrem no calor dos vagões da SuperVia; que desfila com guardanapos na cabeça em Paris mostrando sua intimidade e promiscuidade com grandes empreiteiros, só pode mesmo amargar um índice de reprovação como o atestado na recente pesquisa do o Instituto UP (Ulrich Pesquisa e Marketing), realizada em todo o Estado do Rio ouvindo eleitores entre os dias 21 e 23 de outubro. Só na capital fluminense, Sérgio Cabral atinge 59% de ruim e péssimo, um desastre jamais visto. 

Anthony Garotinho é deputado federal e ex-governador

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