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Ministério da Saúde não mata fome de indicações do PMDB

BRASÍLIA - A presidente eleita, Dilma Rousseff, amanheceu nesta terça-feira com o seu principal aliado, o PMDB, insatisfeito com o rumo das negociações para a composição de seu Ministério. No centro de mais uma crise que se avizinhava entre peemedebistas, Dilma e o PT estão dois personagens políticos do Rio: o governador Sérgio Cabral, que fechou a indicação de seu secretário Sérgio Côrtes como novo ministro da Saúde , e o ex-governador Moreira Franco, que pretende ser o novo ministro das Cidades, com o apoio do vice-presidente eleito, Michel Temer. Moreira teria sido vetado por Cabral e não tem apoio integral da bancada do partido.

Nesta terça-feira cedo, Dilma recebeu, em audiências separadas na Granja do Torto, integrantes da cúpula do PMDB. Ciente da divisão interna, pediu que o partido aliado entre num entendimento para que ela possa nomear os aliados. Dilma avisou aos peemedebistas que acertou com Cabral a indicação de Côrtes e que não teria problemas para nomear Moreira. Só que, para isso, ela quer a garantia de votos da bancada do PMDB.

Dilma oferece Cidades ao aliado

Dilma comunicou também ao partido que decidiu nomear o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, para o Ministério das Comunicações , como antecipou O GLOBO semana passada. Além disso, vai transferir o Ministério da Integração Nacional para o PSB. Essas duas pastas são atualmente da cota do PMDB. Como compensação, os peemedebistas terão o Ministério das Cidades, que sai das mãos do PP, e uma outra pasta, que pode ser Turismo ou Portos. A legenda vai manter ainda os ministérios da Agricultura e de Minas e Energia.

Dilma recebeu Temer na Granja e, depois, reuniu-se com o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e o líder da bancada, senador Renan Calheiros (PMDB-AL). A Temer, Dilma disse que fechara a indicação de Cortês para a Saúde e que não havia veto ao nome de Moreira.

Com Sarney e Renan, o nome do senador Edison Lobão (PMDB-MA) foi confirmado para Minas e Energia. A bancada do Senado ainda indicará um segundo nome para o primeiro escalão: os mais cotados são os senadores eleitos Eduardo Braga (AM) e Eunício Oliveira (CE).

Nesta quarta-feira, a bancada do PMDB da Câmara fará uma reunião para analisar as indicações. O grande problema é que há forte resistência ao nome de Moreira entre os deputados peemedebistas. O nome do ministro da Agricultura, Wagner Rossi - outro apadrinhado de Temer - tem boa aceitação entre os peemedebistas.

O grande problema é que Temer tenta emplacar Moreira também na sua cota pessoal, sem o respaldo da bancada. Mas Dilma sinalizou que não haveria espaço para mais um ministério peemedebista e que Moreira teria que se encaixar numa das duas vagas da Câmara. Nesse caso, Temer teria que sacrificar Rossi.

Nas conversas desta terça-feira, Dilma sinalizou que deseja resolver logo essa equação com o PMDB. Para isso, escalou nesta terça-feira o deputado Antonio Palocci (PT-SP) para conversar com o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN). Também nesta terça-feira à noite, estava agendada uma reunião de Temer com a cúpula do Senado para unificar o discurso do PMDB.

Além disso, há desconforto na equipe de transição com a interferência do vice-líder do PMDB, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) nas negociações. Ele é apontado como o mentor da criação do blocão de cinco partidos com 202 deputados, para se contrapor ao PT e forçar negociações com o governo.

No Planalto, o blocão foi visto como uma espécie de "faca no pescoço" de Dilma. Temer já percebeu a contrariedade da presidente eleita com a desenvoltura de Cunha, e agora tenta se afastar dele.Nome forte para presidir Correios

Com a confirmação do ministro de Paulo Bernardo para a pasta das Comunicações, o nome mais cotado para comandar os Correios é o de Nelson Luiz Oliveira de Freitas. Diretor de Recursos Humanos da estatal, é homem de confiança do ministro, de quem recebeu em meados deste ano a missão de elaborar um diagnóstico sobre os problemas na empresa; foi uma espécie de intervenção branca, após o escândalo envolvendo a ex-ministra da Casa Civil, Erenice Guerra e seus apadrinhados nos Correios.

O trabalho de Freitas será apresentado à equipe de transição nos próximos dias. Dilma está determinada a acabar com o loteamento político dos Correios e reorganizar a empresa, que além de foco de denúncias de corrupção, perdeu eficiência nos últimos anos. A empresa é alvo de escândalos desde o primeiro mandato do presidente Lula. A estatal tem 108 mil funcionários e 12 mil agências no país. O faturamento anual gira em torno de R$ 13 bilhões.
Fonte: O Globo
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