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Entrevista com Wladimir Garotinho

wladimir

A entrevista foi concedida ao blog do Alexandre Bastos

O presidente do PR em Campos, Wladimir Garotinho, começa a sentir na pele o que é atuar no ambiente político. Em matéria publicada pela revista “Época”, ele é citado por ter usado o carro de uma empresa que presta serviços à Prefeitura de Campos. Além disso, uma viagem ao lado de um empresário também foi levantada pela revista. Ao blog, o filho do casal Garotinho falou sobre mistura entre o público e o privado, eleições de 2012, pesquisa paga pelo PR e secretários-candidatos.

Blog — O acidente com o carro da empresa GAP voltou a ser comentado. Dessa vez, pela revista “Época”. Além disso, a revista questiona sua viagem ao lado de um empresário que presta serviços ao governo Rosinha. Você é presidente do PR em Campos, filho da prefeita de Campos, filho de um deputado federal, irmão de uma deputada estadual, sobrinho do presidente da Câmara de Campos, publicitário e chefe de família. É possível separar tudo isso e se relacionar com seus amigos e conhecidos sem que ocorra conflito entre o público e o privado?

Wladimir — Amigos não se fazem em qualquer esquina. Tenho poucas amizades e as preservarei. Todos têm sua vida pessoal, assim como eu tenho a minha. Meus pais já foram governadores e eu nunca misturei o público com o privado. Não será agora que farei. Uma das coisas que distingue os bons dos maus políticos é exatamente saber separar as questões. Com a proximidade do período eleitoral, a oposição tentará criar factóides, fofocas e denúncias infundadas com o intuito de confundir a população. Os que nos atacam não têm credibilidade para falar sobre a relação público e privado. Muitos deles, quando ocupavam o poder, ultrapassaram todos os limites imagináveis.

Blog – Na diaputa pela Prefeitura em 2008, a então candidata Rosinha fazia parte do PMDB. Na época, o clima com o governador Sérgio Cabral (PMDB) não estava muito bom. Porém, ele ficou neutro. Agora, na eleição de 2012, o governo estadual promete ficar ao lado da Frente Democrática. Você acha que esse apoio pode dificultar a vida dos governistas?

Wladimir — O cidadão campista sabe bem diferenciar as coisas. O que o governador fez por Campos? Uma Policlínica da Polícia que nunca funcionou e que o mato tomou conta? A prometida recuperação dos canais, vale lembrar que com recursos conseguidos pela prefeita Rosinha, onde foram recuperados? Tem que se procurar muito para tentar achar uma realização concreta. Sinceramente, não creio que fará muita diferença. Aliado ao bom governo da prefeita Rosinha, pesquisas qualitativas feitas no estado mostram que Garotinho teria uma influência nas próximas eleições muito maior que o governador Sérgio Cabral.

Blog — Qual é a sua leitura em relação a pesquisa do Instituto Precisão? E como vê as críticas da oposição, que alega uma ligação íntima entre o Precisão e o governo. Inclusive, há um contrato em vigência no valor de R$ 3,7 milhões.

Wladimir — A pesquisa mostra o sentimento das ruas. Um governo que apesar de algumas dificuldades e problemas a serem ajustados, avança no caminho certo. Onde andamos vemos realizações, percebemos que a confiança dos comerciantes locais, dos empresários que querem investir na cidade, da população de uma forma em geral, cresceu em relação ao governo municipal. As críticas não tem fundamento lógico. O Instituto Precisão tem 15 anos de mercado. Na ultima eleição a prévia do Ibope teve o mesmo resultado do Precisão, o que mostra que a forma metodológica do instituto é confiável. Quem encomendou e pagou foi o PR. Não existe qualquer ligação entre a pesquisa realizada com um contrato em vigência com a Prefeitura.

Blog — Muitos secretários e subsecretários estão de olho na Câmara. Você acha que isso pode gerar um racha com a atual bancada governista na Casa? Um ponto discutido é a data em que os pré-candidatos devem deixar o governo. Na sua opinião, qual seria o momento certo?

Wladimir — Os vereadores entendem o processo político, sabem que é um processo natural, secretários, sejam municipais, estaduais ou federais, serem candidatos. Tenho certeza que não haverá nenhum tipo de racha. O melhor momento para saírem será aquele que não prejudicar a administração pública. O prazo oficial é abril de 2012, mas creio que sairão antes disso.

Blog — É nítido que o governo não conta com muitas opções em seu secretariado. Tanto, que por diversas vezes o Suledil Bernardino teve que acumular funções. Além disso, talvez por conta dessa carência, alguns secretários estão vindo de outros municípios. No próximo ano, quando mais de 10 secretários deixarem as pastas, a prefeita vai ter boas peças para repor?

Wladimir — Ser secretário municipal não é tarefa fácil para quem exerce e também não é tão simples assim de se escolher. O professor Suledil Bernardino já acumulou por diversas vezes porque tem competência para isso e tem a confiança total do grupo. Tenho certeza que dentro do grupo e dos partidos aliados temos pessoas competentes para suprir. Porém, caso a prefeita ache necessário trazer alguém de outro lugar pela questão técnica, não vejo problemas nisso. O importante é dar certo.

Blog — Qual é a sua palpite para a disputa por cadeiras na Câmara. O governo pretende eleger quantos vereadores? Vocês já realizaram alguma pesquisa nesse sentido?

Wladimir — Ainda é cedo para uma pesquisa de vereador, com o possível aumento de cadeiras na Câmara Municipal, podemos chegar próximo a 800 candidatos. Vai ser uma eleição disputadíssima até para os grandes puxadores de voto.

Blog — O deputado federal Anthony Garotinho (PR) disse recentemente que o voto da prefeita Rosinha, em 2008, foi para o atual diretor do HGG, Edson Batista (PTB). E você, tem um candidato a vereador preferido?

Wladimir — Tenho familiares, companheiros e amigos candidatos. Como presidente de um partido darei apoio a todos, e trabalharei para eleger o maior número de vereadores possíveis. Não decidi ainda o voto, mais quando decidir não divulgarei para evitar maiores problemas.
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