O deputado federal, Anthony Garotinho (PR-RJ), pré-candidato do partido ao governo do Rio, concedeu entrevista nesta quinta-feira, ao telejornal SBT Rio, transmitido para todo o estado. Líder nas intenções de voto, segundo o Instituto Datafolha, com 21% a frente de Marcelo Crivella (PRB) e Lindbergh Farias (PT), com 15%, de Cesar Maia (DEM), com 11%, Luiz Fernando Pezão (PMDB), com 5% das intenções de voto, Garotinho não fugiu de nenhum assunto e, mais uma vez, foi enfático.
Disse que a principal aliança dele é com o povo do Rio de Janeiro e atacou o governador Sérgio Cabral (PMDB) ao comentar o projeto de UPP (Unidade de Polícia Pacificadora): "Cabral inventou no Rio o aviso prévio para bandido. O criminoso é avisado pela imprensa da entrada da polícia e foge antes da instalação da UPP". Garotinho foi o primeiro dos pré-candidatos ao governo do Rio a ser entrevistado pela emissora. Abaixo, alguns trechos da entrevista.
Segurança Pública
"A violência dos últimos tempos assusta. A situação atual é grave. No entanto, segundo números do Ipea - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada -, houve queda nos homicídios nos últimos 12 anos no Sudeste. E a partir do governo Cabral essa queda se dá, principalmente, porque o ISP - Instituto de Segurança Pública -, que eu criei, começou a maquiar os dados. Um exemplo é que encontro de cadáver não é computado como homicídio. Não investigam a origem daquela morte e ela sai das estatísticas oficiais de homicídio de forma irresponsável."
Rio endividado
"Eu quero ser governador de novo porque o Rio de Janeiro está muito parecido com o estado que eu assumi em 1999. Consegui em um ano de governo renegociar uma dívida de R$ 21 bilhões com o governo federal.
Eu era governador do PDT e o presidente era Fernando Henrique Cardoso, do PSDB, e mesmo sendo oposição negociei a dívida e fui elogiado pelo então ministro Pedro Malan. A dívida do Rio voltou a aumentar assustadoramente e hoje o estado para pagar o salário do ano passado teve que antecipar dinheiro com o Bradesco, que opera sua conta. Cabral quebrou o Rio de forma irresponsável. Sou o candidato da mudança."
Alianças
"Jornalistas trabalham com a lógica de que a união dos partidos é importante. Minha aliança principal é com o povo do Rio de Janeiro."
Unidade de Polícia Pacificadora
"A UPP é um dos 60 projetos de segurança desenvolvidos pelo meu governo e de Rosinha, minha esposa. Surgiu do GPAE - Grupamento de Polciamento em Áreas Especiais - que obteve êxito no Morro do Cavalão, em Niterói, e no Pavão-Pavãozinho, em Copacabana. Consistia em ocupar uma área dominada pelo tráfico, fixar um policiamento comunitário e entrar com os serviços. Cabral é o governador que inventou o aviso prévio para bandido. Na Colômbia, que inspirou o projeto de UPP, os criminosos são presos, aqui, não. O governo Cabral escolheu beneficiar a Zona Sul do Rio por causa da Copa."
Manifestações de junho
"O povo foi às ruas cansado com as denúncias de corrupção, contra o monopólio da (TV) Globo e os gastos com a Copa do Mundo. O que os manifestantes protestavam, eu já denunciava no meu blog há muito tempo."
Copa do Mundo
"Não acredito que o resultado da Copa do Mundo vá influenciar a eleição de outubro. O povo sabe separar o assunto. O povo, como eu, vai torcer para o Brasil ser campeão, mas qualquer um fica indignado, por exemplo, com o gasto de R$ 1,5 bilhão no Maracanã e hospitais sem médicos e medicamentos, um verdadeiro caos na saúde pública."
Gangue dos guardanapos
"Todo mundo pergunta quem é a fonte que me passou a denúncia da farra da gangue dos guardanapos, em Paris, com dinheiro público. Não é o Cavendish nem familiares da mulher dele, que morreu na queda do helicóptero na Bahia. Essa história não faz sentido."
Cabral, antigo aliado
"Meu rompimento com Cabral se deu quando percebi que ele não iria priorizar o povo. Quando ele sinalizou, ainda na transição do governo Rosinha, que iria governar para a república do Leblon, a panelinha dos ricos, pulei fora. Pra ser bom de verdade, tem que ser bom pra todo mundo."
Supervia
"O povo sofre demais nos trens da Supervia. Cabral renovou por mais 28 anos a concessão e quem defende a empresa é o escritório da mulher do governador. Isso é uma vergonha! Se tivéssemos um judiciário atuante isso não aconteceria."
Sérgio Côrtes
"Comigo o Sérgio Côrtes não teria nenhuma chance de ser secretário de saúde. Se investigar direitinho, você vai descobrir que ele está por trás de uma das maiores quadrilhas do estado do Rio de Janeiro. Ele não foi estudar nos Estados Unidos, saiu fugido para Harvard."
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