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Entrevista com o secretário Frederico Tavares Rangel

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Por Fernanda Moraes, do Jornal O Diário

O professor Frederico Tavares Rangel assumiu a Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Esportes de Campos em 28 de janeiro deste ano. Até então superintendente administrativo da secretaria, ele disse ter encarado o desafio com boa vontade, não deixando de lecionar. A gestão não será de gabinete, segundo o secretário. "Implantamos o projeto "Secretaria Itinerante", com visitas às escolas e creches para que possamos detectar as principais necessidades". Segundo ele, a construção de escolas e creches é uma das prioridades do governo. "Inauguramos 18 creches modelo e cinco escolas. Outras nove creches e cinco escolas estão em construção. A próxima a ser inaugurada, nos próximos dias, será a Escola Municipal João Goulart, em Venda Nova".

O Diário (OD) - O ano letivo começou cheio de novidades. O senhor pode enumerar as principais?
Frederico Tavares Rangel (FTR) - Iniciamos o ano letivo no dia 2 de fevereiro nas 239 unidades escolares da rede, sendo 161 escolas e 78 creches. Temos como novidade o Projeto Secretaria Itinerante, aonde uma equipe da secretaria vai até a escola para saber quais as principais demandas da unidade e dos professores. Outro projeto é a "Escola é nossa". Nesse último, escolhemos uma escola a cada 15 dias para uma ação social.

OD - O senhor falou em ação social. Quais serviços são oferecidos? Toda a comunidade pode participar?
FTR - É um trabalho que envolve várias secretarias municipais. Das 8h às 12h, a escola escolhida fica de portas abertas, oferecendo dentistas, médicos, atividades recreativas, aferição da pressão arterial, glicose e retirada de documentos, como carteira de identidade e de trabalho. Nossa intenção é trazer a comunidade para dentro da escola, fazer com que ela se sinta parte dela. Com isso, os índices de violência e os arrombamentos caem, porque a própria comunidade passa a proteger a escola. Realizamos 800 atendimentos por sábado e terminamos com um bolo, com direito a parabéns a você, para simbolizar a união entre escola e comunidade. Trata-se de uma ação social conduzida pela educação.

OD - E o Projeto Secretaria Itinerante, tem dado resultado?
FTR - Um dia na semana visitamos as escolas e creches para conversar com os servidores, alunos e detectar as principais necessidades. Algumas situações são resolvidas diretamente pela equipe da secretaria. Já casos que envolvem serviços de manutenção são encaminhados para a empresa especializada que presta serviços às unidades de ensino. Já estivemos em 15 escolas, mas temos como meta visitar todas as demais unidades até o final deste ano.

OD - Quantas creches e escolas inauguradas desde o início do governo Rosinha Garotinho, em 2009?
FTR - Inauguramos 18 creches modelo e cinco escolas em Campos. Outras nove creches e cinco escolas estão em construção no município. A próxima a ser inaugurada, nos próximos dias, será a Escola Municipal João Goulart, em Venda Nova.

OD - Quantos alunos têm a rede municipal? O número chega a ser maior ou o mesmo que a população de algumas capitais do país? 
FTR - Sim. É um número bem significativo. Temos 56 mil alunos matriculados e cinco mil professores na rede. Oferecemos da educação infantil ao ensino fundamental. Ainda temos vagas, mas não para todas as unidades escolares.

OD - A capacitação dos professores continua sendo uma prioridade? 
FTR - Ofertamos cursos durante todo o ano, onde o professor se inscreve de acordo com seu interesse. Este ano implantamos o Centro de Línguas. Por meio dele, o professor pode aprender inglês, espanhol ou as duas línguas. É totalmente gratuito e estamos com vagas abertas para formar novas turmas. O interessado deve se dirigir à sede da secretaria para a inscrição. A procura tem sido grande. Já formamos duas turmas de 22 alunos. Cada módulo, são três no total, tem duração de um ano. No momento estamos organizando a III Conferência Municipal de Educação, que acontecerá no Teatro Trianon e na antiga Faculdade de Direito de Campos nos dias 14 e 15 de maio. O tema será "Planejando a próxima década: alinhando os planos da educação". O encontro é aberto a todo o sistema de ensino. 

OD - Saiu publicado no Diário Oficial do último dia 25 a convocação de mais auxiliares de creche. Quantos foram chamados até agora?
FTR - Foram 360 no total, que já estão atuando. Só no dia 25 foram convocados 63. Ainda existe carência nas creches porque muitos dos convocados entraram com pedido de prorrogação do termo de posse. Pelo Estatuto do Servidor, a pessoa tem 30 dias para tomar posse, podendo prorrogar por mais 30 dias.

OD - Existem muitas adesões ao Regime Especial de Trabalho (RET)?
FTR - O RET permite ao professor dobrar a carga horária e, consequentemente, o salário. Vejo como ponto positivo a indicação pela própria escola do servidor que vai trabalhar como substituto. É só enviar o nome para a secretaria. Além de auxílio alimentação no valor de R$ 200, o professor II recebe R$ 1.460,53 de piso salarial por 25 horas semanais de trabalho e R$ 1.977,36 por 35 horas. Já o piso do professor I é de R$ 1.954,88 por 20h/semanais. Aqueles que estão dentro das salas de aula recebem mais 10% de regência.

OD - E o Projovem Campo-Saberes da Terra?
FTR - O programa faz parte de uma política pública de inclusão daqueles que vivem no campo. Ele é uma oportunidade para que pessoas com idade entre 18 e 29 anos possam concluir o ensino fundamental. A cada aluno é dada uma ajuda de custo. Os professores, que já começaram o trabalho de campo, atuarão na zona rural, especificamente nos distritos de São Sebastião, Santa Maria, Santo Amaro, Tocos, Ibitioca, Serrinha, Morangada, Mussurepe, Travessão e Morro do Coco. 

OD - O programa tem os mesmos moldes do Projovem Urbano?
FTR - É também um programa de inclusão, de resgate social. A diferença é que o Projovem Campos é voltado para o campo e o outro para os que vivem na área urbana. Para o Projovem Urbano estamos com inscrições abertas até o dia 30 de março em quatro polos: Colégio José do Patrocínio, Lions I, no Parque Santa Rosa, Alcindor Bessa, na Avenida Senador José Carlos Pereira Pinto e na coordenação do programa, que fica na sede da secretaria. 

OD - O senhor assumiu a função de secretário de Educação de Campos no dia 28 de janeiro deste ano. Tem sido um desafio?
FTR - É uma missão, um desafio que resolvi encarar com boa vontade. Sou professor há 21 anos e continuo na sala de aula por entender que essa é uma experiência de suma importância. Tenho visitado as escolas na tentativa de fazer uma gestão fora gabinete.
A secretaria estará sempre de portas abertas para ouvir e resolver o que estiver ao seu alcance. As conquistas frente às demandas pedagógicas foram muitas, mas acredito que ainda falta o amadurecimento profissional, o exercitar do direito à educação.

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