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SÃO PAULO - O primeiro debate entre os candidatos à presidência da República, realizado pela Rede Bandeirantes, na noite de quinta-feira, priorizou o confronto de propostas de governo. Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) falaram sobre as gestões de seus partidos à frente do governo no país e o candidato do Psol, Plínio de Arruda Sampaio, ganhou espaço ao defender suas propostas "radicais", como ele mesmo definiu.
Enquanto os candidatos que já duelam nas pesquisas de intenção de voto, a petista e o tucano, tentavam comparar os governos, Plínio insistia nas questões da reforma agrária. E disse ser "discriminado no debate". "Vocês estão surpresos, porque eram três e agora são quatro. A mídia esqueceu umcandidato. Nós queremos apresentar uma alternativa ao modelo. O Psol defende posturas radicais", afirmou.
Dilma e Serra, os candidatos mais bem colocados nas pesquisas de intenções de voto, polarizaram a discussão em torno de programas sociais, mas falaram muito pouco sobre economia e nada sobre relações internacionais.
"Nos impostos, defendo uma reforma tributária que não encareça os investimentos", disse Dilma. Já Serra ressaltou que "o Brasil segue com a maior taxa de juros do mundo" e propôs uma reforma tributária que crie benefícios para os consumidores que pagam impostos, um programa semelhante ao que implantou no estado de São Paulo quando foi governador.
Ao falar da violência, Serra disse que, se for eleito, criará o Ministério de Segurança, enquanto Dilma assegurou que optará pelo modelo das Unidades de Polícia Pacificadora, programa implantado pelo governo estadual em favelas do Rio de Janeiro.
Dilma e Serra trocaram farpas sobre as gestões de seus partidos no poder, enquanto a candidata do PV ficou relegada ao segundo plano, e Plínio, 80 anos, chamou atenção com seus comentários irônicos sobre a política brasileira e seus rivais.
Plínio, que participou, em 1980, da fundação do PT e deixou o partido em 2005, é desde então um forte crítico do governo e de seus ex-companheiros de militância. O candidato do Psol, que tem em torno de 1% nas pesquisas sobre intenções de voto, se apresentou como a única alternativa real para as próximas eleições.
O candidato fez o auditório rir ao chamar Serra de "hipocondríaco", pois dedicou a maior parte do tempo de debate a falar sobre saúde, uma de suas áreas preferidas (Serra foi ministro da pasta no Governo Fernando Henrique), enquanto Marina, que como ele também foi militante do PT, o chamou de "ecocapitalista".
"O senhor defende a ecologia até conseguir lucro", disse a candidata do PV, que esteve apagada no debate.
No entanto, Plínio guardou o melhor de sua munição para Dilma, a quem disse: "considero suas respostas absolutamente insatisfatórias". E comentou com ironia que a candidata de Lula se apresenta como "mãe dos pobres".
Dilma, que ao contrário de seus rivais não tem nenhuma experiência em campanhas políticas e participou do primeiro debate eleitoral de sua vida, esteve bastante nervosa, o que foi aproveitado ao máximo por seus rivais.
Durante a campanha estão previstos outros três debates de televisão, nos dias 12, 28 e 30 de setembro, e um pela internet, marcado para 18 de agosto e promovido pelo jornal Folha de São Paulo.
Acompanharam os presidenciáveis no primeiro debate: Indio da Costa (DEM), candidato a vice na chapa de José Serra; Michel Temer (PMDB), vice de Dilma Rousseff; Guilherme Leal (PV), vice de Marina Silva; José Eduardo Dutra, presidente nacional do PT, Sérgio Guerra, presidente do PSDB; os candidatos paulistas ao governo Geraldo Alckmin (PSDB) e Aloísio Mercadante (PT); ao Senado Aloysio Nunes Ferreira (PSDB), Orestes Quércia (PMDB), Netinho de Paula (PCdoB) e Marta Suplicy (PT) e o prefeito de São Paulo Gilberto Kassab, entre outros.
Fonte: JBONLINE
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