RIO - Uma pesquisa inédita do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE/Rio) feita com 22. 960 estudantes cadastrados no banco de vagas da instituição traçou o perfil dos estagiários que trabalham em 3.022 empresas em todo o Estado do Rio. Com o cruzamento de dados, o que chama mais a atenção é que, apesar de a maioria (73%) estudar em universidades particulares, apenas 0,05% pertencem a famílias com renda acima de R$ 5 mil. Arnaldo Niskier, presidente do CIEE, não se surpreende com essa estatística.
- É uma das distorções da educação brasileira. O ensino superior opera na dinâmica inversa: os estudantes pobres têm que pagar a universidade privada, e os ricos estudam de graça nas públicas. Isso, a médio e longo prazo, é insustentável. Não tem lógica. Os indíviduos de renda mais baixa são os que mais sofrem para terminar a faculdade - diz Niskier.
A pesquisa revela ainda que 74% dos estudantes moram com os pais, enquanto apenas 5% dividem a casa com amigos e 3% moram sozinhos. Para Niskier, dividir a moradia com a família é um reflexo da crise econômica, mas traz aspectos positivos.
- Muitos jovens a partir dos 15 anos tentavam declarar independência, mas houve uma regressão nesse número nos últimos anos, fruto da crise econômica e da incapacidade de se sustentarem sozinhos. Agora, estão ficando mais tempo em casa com os pais, o que é bom, pois eles são os reais educadores - acredita o presidente do CIEE.
- Nossa meta é chegar a 80% até 2012. Temos que oferecer um segundo e um terceiro idiomas não apenas aos estagiários, mas também aos aprendizes. Também surgiu uma demanda no CIEE por um curso de francês.Requisito fundamental para quem procura um estágio, um segundo idioma além do português é dominado por 62% dos jovens que responderam à pesquisa, sendo que 56% optam por estudar inglês e 20%, espanhol. Na opinião de Niskier, é preciso elevar esses percentuais:
De acordo com ele, o CIEE também vai promover um seminário com o Senac para discutir oportunidades de estágio para pessoas com deficiência e realizar cursos para portadores de altas habilidades em parceria com um instituto especializado de Israel, necessidades que surgiram a partir da pesquisa.
A reportagem é do jornal O Globo.
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