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CPI da CBF: Operação abafa no Planalto

 Do blog do Garotinho

Ficarei decepcionado se for verdade a notícia da Folha de S.Paulo, que 19 parlamentares já teriam enviado requerimento ao presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia pedindo a exclusão dos seus nomes da lista de assinaturas da CPI da CBF. A situação é ainda mais grave porque o jornal afirma que pelo menos 34 deputados já teriam tomado essa decisão e publica inclusive a lista dos nomes daqueles que irão retirar a assinatura.

Se for verdade o que diz a matéria, que a debandada ocorreu depois da visita de Ricardo Teixeira ao Palácio do Planalto, a situação fica ainda mais constrangedora. Tenho comigo a assinatura de 147 deputados, apenas um, o deputado Henrique Oliveira enviou requerimento ao meu gabinete pedindo que seu nome fosse excluído. Nenhum outro deputado sequer entrou em contato comigo. É bom lembrar que todos assinaram conscientemente, ninguém assinou a CPI da CBF sem saber o que estava fazendo. Aliás, se for verdade essa notícia, estranharei o comportamento não só dos deputados que teriam retirado a assinatura, mas também do presidente da Casa, o deputado Marco Maia, que poderia estar me informando a respeito dessas tais debandadas.

É bom lembrar alguns pontos dessa CPI já que hoje na Folha de S.Paulo, a deputada Andréa Zito (PSDB – RJ), uma das que assinou, diz não termos elementos concretos para investigar. Então vamos lá:

- O contrato inicial do COL dizia que os sócios, independente de sua participação acionária poderiam dividir os lucros entre si. Os sócios são a CBF e a pessoa física Ricardo Teixeira. Sendo mais claro: Ricardo Teixeira e Ricardo Teixeira decidiriam quanto ele iria receber. Diante da denúncia, ele fez um novo contrato social mascarando essa cláusula porque em outra parte do contrato social Teixeira continua tendo poderes para fazer retiradas financeiras antes do final da Copa: “semestralmente, trimestralmente, ou de acordo com a decisão dos sócios”. Vale lembrar que os sócios são Teixeira e Teixeira.

- Outro argumento é que não há dinheiro federal. Provei que era mentira. A Lei 12.350, de 20 de dezembro de 2010, concede à CBF, à FIFA e todas as empresas credenciadas pelas entidades, a isenção de todos os tributos federais para a realização da Copa das Confederações (2013) e da Copa do Mundo (2014). Renúncia fiscal é dinheiro público. O governo está abrindo para a CBF e até mesmo para empresas privadas credenciadas pela entidade de IR retido na fonte, IPI, PIS – PASEP, COFINS, CSSE (Contribuição Social sobre o Lucro das Empresas) e mais uma dezena de impostos e tributos federais. Isso não é dinheiro público? Não é dever da Câmara dos Deputados fiscalizar a aplicação correta do dinheiro, que deixará de entrar nos cofres federais e vai beneficiar a CBF e uma centena de empresas?

Estranho também a posição do governo federal. A matéria fala que Ricardo Teixeira esteve como ministro das Relações Institucionais, Luiz Sérgio e que o cartola teria recebido apoio do governo para convencer os deputados da base aliada a não assinar o requerimento. Ontem, conforme mostrei aqui no blog estive em solenidade no Palácio do Planalto. Cumprimentei pessoalmente o ministro Luiz Sérgio. Ele em momento algum tocou sequer no assunto da CPI da CBF. Também não vejo nenhum motivo para o governo se meter numa CPI que não está investigando o próprio governo, e proteger o senhor Ricardo Teixeira para que ele fique à frente da Copa e pratique todo o tipo de irregularidades, que vem fazendo ao longo dos anos na CBF.

O argumento usado pelo cartola da CBF de que uma CPI agora poderia atrapalhar a Copa é o mais cretino de todos. Seria o mesmo que dizer: até 2014 todos estão liberados para descumprir a lei, para fazerem o que quiserem com o dinheiro público, para continuar fazendo o povo brasileiro de palhaço.

Ricardo Teixeira tentou nas últimas duas semanas, quando iniciei a coleta de assinaturas para a CPI se encontrar comigo pelo menos seis vezes. Através de deputados, presidentes de federação, jornalistas e até mesmo amigos pessoais. Em todas as ocasiões eu recusei. E com todo o respeito aos meus colegas deputados, alguém que põe uma assinatura num requerimento e retira sem dar nenhuma explicação vai ser muito questionado pelos seus eleitores.

Sabia desde o início que a luta contra Teixeira e a cartolagem da CBF não seria fácil, mas não imaginava que o governo federal fosse se meter num assunto que é prerrogativa da Câmara dos Deputados. Vou continuar a luta e na semana que vem vou procurar pessoalmente os deputados citados na lista da Folha de S.Paulo. Se for verdade ainda assim vou procurar colher as assinaturas que faltam. Se não conseguir farei aquilo que já anunciei. Vou preparar uma ação com toda a documentação que disponho, que não é pouca, contra os desmandos de Teixeira na CBF, e entrarei na Justiça pedindo que seja concedida uma liminar afastando-o do comando da CBF até a conclusão da apuração dos fatos, o que fatalmente o deixaria fora da Copa de 2014.

Peço mais uma vez que você torcedor, maior vítima de Ricardo Teixeira que aproveite este fim-de-semana e envie e-mails aos deputados que ainda não assinaram. Abaixo disponibilizo (basta clicar em cima da imagem), conforme pedido de muitos leitores, a lista de deputados por estado, quem assinou e quem não assinou. Depois publicarei a lista dos deputados que está na Folha de S.Paulo.

A luta contra os desmandos de Ricardo Teixeira continua!


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