Rio - O deputado Anthony Garotinho (PR-RJ) pediu que a população cobre dos parlamentares eleitos as assinaturas para abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara dos Deputados a fim de apurar irregularidades na gestão de Ricardo Teixeira a frente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Em entrevista aoO DIA Online, o parlamentar, que é ex-governador do Rio, disse que a criação da CPI não atrapalharia a preparação do país para a Copa.
"Esse é o argumento mais fraco que pode existir em termos de não investigar a CBF. É um absurdo. Nada pode justificar a má utilização dos recursos do futebol. Não é porque a Copa vai acontecer, que todos estão liberados para desviar as verbas. Nós queremos a Copa do Mundo e a CBF sem Ricardo Teixeira. Seria uma dupla vitória do Brasil em 2014".
De acordo com Garotinho, 117 deputados já manifestaram apoio à abertura da CPI. No entanto, ele revelou apenas o nome de 104 deles. Os outros 13 nomes, segundo ele, teriam pedido sigilo para não sofrerem pressões do partido pela retirada de seus nomes. O deputado precisa de 171 assinaturas para abrir a Comissão.
Entre os parlamentares que já assinaram a lista constam inclusive nomes de oposição a Garotinho, como os deputados Chico Alencar e Jean Willys, do PSOL, e pessoas ligadas ao esporte como o ex-boxeador Acelino Popó Freitas (PRB-BA) e Romário (PSB-RJ). Sobre o apoio do Baixinho, o ex-governador afirmou que será um grande peso para a abertura da CPI.
"A presença do Romário ajuda muito. Eu gostaria que outro deputado do Rio, que também é ex-jogador de futebol, Deley [ex-Fluminense], se inspirasse no Romário. Mas ele ficou com medo", afirmou.
Garotinho acusa Ricardo Teixeira de deter como pessoa física um percentual da empresa contratada pela CBF para organizar a Copa do Mundo de 2014. Segundo o deputado, "isso é uma aberração". Ele disse ainda que a questão não se trata de uma mera polêmica.
"Não sou um político polêmico. Sou um político que tem posição. Acho que tem mais gente que gosta de mim do que quem não gosta, já que fui o deputado federal mais votado da história do Rio. Minha postura pode até desagradar a alguns, mas ela é coerente", finalizou.
Fonte: O Dia
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