Todo mundo sabe da grande amizade entre o governador Sérgio Cabral e o seu secretário de Governo, Wilson Carlos. São amigos desde a juventude quando estudaram no Bennett. Nos últimos dias Sérgio Cabral está tendo a tarefa adicional de acalmar o velho amigo. Wilson Carlos não tem dormido nada bem.
O motivo é simples. Na semana que vem o Superior Tribunal de Justiça julga recurso do Ministério Público Federal pedindo o destrancamento das investigações da Operação Castelo de Areia. Aí reside a insônia que atormenta o braço-direito de Cabral.
A intenção inicial da operação era a construtora Camargo Corrêa, mas ao recolher livros e pen drives na sede da empresa apareceram depósitos em contas no exterior de muitos políticos. Um deles é o braço-direito de Cabral. Numa das anotações vem escrito “WCarlossecgov/RJ”.
O Ministério Público Federal conseguiu o que faltava para colocar a ação para andar. Um doleiro também pego na operação remetendo mais de R$ 2O milhões, sem origem declarada, para contas em paraísos fiscais resolveu fazer uma delação premiada. Ou seja, em troca da redução de sua pena está contando ao MPF e à PF coisas que podem abalar a república. Tem até um ex-ministro de Lula envolvido no esquema.
O julgamento está previsto para a próxima terça-feira. Será que o STJ vai ceder à imensa pressão de políticos e grandes empresários pegos remetendo dinheiro ilegal para o exterior? Creio que não, mas é bom esperar pra ver.
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