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AS UPPs DE SÉRGIO CABRAL POR COLUNISTA DA VEJA


“Non ecziste”, Cabral!!!

Os estúpidos de sempre vêm com a cascata de que eu não me conformaria com a “ocupação pacífica das favelas do Rio” e que estaria defendendo a violência. Defendendo a violência? Eu? Ora… Só estou negando que existam milagres na segurança pública. “Ocupação pacífica”, na forma como vem sendo feita, não é ocupação, mas DIVISÃO pacífica de território. O problema é que a elite do crime organizado nas favelas foi chamada para o banquete, mas os pés-de-chinelo ficaram fora do acordo. Uma abordagem não ideológica da questão, que não esteja pautada pelo “mito da paz”, vai apontá-lo. Se Sérgio Cabral descobriu a poção mágica que acaba com o narcotráfico sem acabar com o narcotrafricante, é o caso de patentear, engarrafar e vender. Eu entendo que os “descolados” e “descoletes” do Rio, inclusive da imprensa, queiram declarar que “o Rio está em paz”. O chato é que os russos não concordaram. A solução mágica esbarrou, lá vai uma ironia (ultimamente, é preciso advertir…), na luta de classes do crime organizado. Uma saída para a Polícia do Rio é pedir aos “chefões pacíficos e pacificados” que coloque ordem nos nativos, entenderam?
Há ainda a hipótese de que as milícias estejam por trás da desordem. Pode ser. Esse é outro cancro que se instalou na cidade — esse tipo de criminoso existe em vários países do mundo; no Rio, virou uma indústria. A ser assim, então a onda de crimes nada tem a ver com a instalação das UPPs, não é? Uma coisa é certa: ainda não se inventou nada melhor para a segurança pública do que bandido dentro da cadeia e gente comum fora dela. Os modos para se chegar a isso podem variar: com mais ou com menos inteligência, com mais ou com menos armas, com mais ou com menos confrontos. Inéditas seriam — e, como se vê, ainda não foi desta vez — a diminuição da criminalidade e a paz  com todos dividindo a ágora da democracia: bandidos e homens comuns.
Como diria Padre Quevedo sobre os fantasmas, isso “non ecziste“!
Por Reinaldo Azevedo
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