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Os negócios de Cabral com a Supervia

O trem descarrila em Deodoro; abaixo reprodução do Estadão on line
Os jornais trazem hoje a notícia de que a empreiteira Odebrecht está comprando 60% da Supervia. O negócio é intermediado pelo governo do Estado e não custa lembrar que a Supervia contratou o escritório de advocacia, que tem como sócia-majoritária Adriana Ancelmo Cabral, a mulher de Sérgio Cabral. Não tenho nada contra a venda da Supervia. A situação financeira da empresa é complicada e os serviços prestados à população são péssimos. Pode ser a Odebrecht ou outra empresa. 

O que é preciso chamar a atenção é a participação de Sérgio Cabral e de sua mulher nesse negócio. A revelação de que a Odebrecht e a Supervia vêm negociando há 10 meses torna ainda mais grave o ato de Cabral, de prorrogar por mais 25 anos a concessão da Supervia, negócio intermediado pelo escritório de advocacia de sua mulher. Isso interferiu no valor de mercado da Supervia. 

Cabral sabia das dificuldades financeiras da Supervia e dos problemas operacionais que a toda hora provocam panes e colocam em risco a vida dos passageiros e ferroviários. Sabia também que a Supervia vinha buscando um interessado na compra do controle acionário. Assim mesmo resolve dar de presente à Supervia a prorrogação da concessão por mais 25 anos. Como é generoso com os clientes do escritório de sua mulher! 

Dá pra imaginar quantos milhões a mais, a Supervia vai receber de quem comprar seu controle acionário por conta da generosidade de Cabral? O contrato inicial da Supervia, quando foi privatizada no governo Marcello Alencar venceria em 2023, daqui a 13 anos. Agora com a prorrogação assinada por Cabral o contrato vai até 2058, daqui a 38 anos. 

Fazendo uma comparação, se fosse uma operação comercial normal de mercado, o responsável por conseguir um valor superior na venda de uma empresa receberia uma gorda bonificação. A atuação de Cabral nesse episódio é mais um escândalo. Agora sabemos que a prorrogação da concessão da Supervia é ainda mais nebulosa do que pensávamos. É uma das maiores negociatas da história do Rio de Janeiro. 

Com a palavra o Ministério Público. Pelo que se vê não é só o trem da Supervia que anda sem maquinista. O Estado também.

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