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Relatos de um morador do Rio

“Estou escrevendo às 10h30m. Há uma hora começou um violento tiroteio na Vila da Penha. Estou escrevendo no quarto dos fundos porque são muitos tiros. Aqui os tiroteios são diários já há algum tempo, mas nada parecido com o que está acontecendo hoje. Vários carros da PM já passaram. Daqui de casa não consigo saber em qual dos morros é o tiroteio. São três um ao lado do outro, Caracol, Sereno e Fé. É num dos três. São rajadas de fuzil, tiros de escopeta, até explosões de granadas. As ruas estão desertas. Na Estrada Vicente de Carvalho, na altura do Olimpo não se vê nem carros, nem ônibus passando. As pessoas correm nas ruas e comércio está fechando as portas. O pânico é generalizado. Tenho que sair para ir ao dentista e estou ilhado dentro de casa, refugiado no quarto dos fundos, refém da guerra que está sendo travada no Rio. Mais cedo foi incendiado um ônibus junto à estação de Vicente de Carvalho, aqui perto. Vizinhos voltaram pra casa e nem foram trabalhar. A população, como essa senhora fotografada nesta terça, na Penha, pede paz. Ninguém suporta mais”. 

Luis Filipe Melo -

Em tempo: São 11h e o tiroteio continua intenso. É no morro da Fé. A ruas estão desertas. 
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