A Santa Sé, no entanto, insiste no caráter excepcional deste tipo de proteção
O diretor do programa Unaids, criado pela ONU para combater a propagação da Aids, classificou como "um passo positivo" o fato de o Papa Bento XVI ter admitido o uso de preservativos em certos casos. O Vaticano, no entanto, ressaltou neste domingo o "caráter excepcional do uso deste tipo de proteção, que serviria apenas para alguns casos e não seria uma solução para o problema". A discussão teve início após a divulgação de declarações do Papa Bento XVI sobre o assunto em um livro que será lançado na próxima terça-feira, na Alemanha.
O diretor executivo do Unaids, Michel Sidibé, afirmou em um comunicado que a posição do papa "é um passo adiante significativo e positivo do Vaticano". Ele disse também: "Este avanço reconhece que um comportamento sexual responsável e o uso do preservativo têm um papel importante na prevenção do HIV-Aids".
Sidibé informou que em 2009 teve diversas conversas com representantes do Vaticano sobre a prevenção da Aids."Juntos podemos construir um mundo sem novas infecções por Aids, sem discriminação e sem mortes como consequência da doença", destacou.
Reação - Após a enorme repercussão das declarações do papa, o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, declarou neste domingo que o pontífice falava a respeito de uma "situação excepcional". "O papa considerou uma situação excepcional na qual o exercício da sexualidade é um perigo real para a vida do outro", afirma Lombardi em um comunicado.
A nota destaca que para os casos excepcionais "o papa não justifica o exercício desordenado da sexualidade, e sim considera o uso do preservativo para diminuir o perigo de contágio como 'um primeiro ato de responsabildade'".
O caso - Bento XVI disse que o uso do preservativo é aceitável em "certos casos" como forma de proteção. As declarações estão no livro "Light of the World: The Pope, the Church and the Signs of the Times" (Luz do Mundo: O Papa, a Igreja e os Sinais do Tempo), que será lançado na próxima terça-feira, na Alemanha.
Esta é a primeira vez que o sumo pontífice admite o uso do preservativo. A posição oficial mantida pela Igreja Católica até agora é de que os fiéis católicos não devem usar preservativos.
Fonte:Veja.abril
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