O ex-prefeito do Rio, Cesar Maia (DEM), colocou hoje em sua newsletter quais devem ser os desdobramentos da campanha de 2010 para a de 2012. Para Maia é possível uma candidatura de Clarissa Garotinho (PR), com apoio de Crivella, por um vetor evangélico.
Leia o texto abaixo, já que a análise de Cesar Maia é mais profunda.
DESDOBRAMENTOS DA CAMPANHA DE 2010 PARA 2012 NO RIO-CAPITAL!
1. A eleição de 2012, para Prefeito da Capital do Rio, passará a contar com dois novos e fortes vetores. Para isso, há que se analisar os resultados das eleições na Capital, para deputados e senadores, a origem de seus votos e os compromissos que esses levam para 2012.
2. Crivella foi eleito graças a um acordo com Garotinho. A dobradinha passou a ser Crivella-Waguinho e vice-versa. Sem essa, Crivella teria perdido para Picciani. Isso gera uma enorme dívida política de Crivella com Garotinho.
3. Ajustando os votos para senador (dois), para o que efetivamente correspondeu a cada candidato individualmente, isolando, portanto, o efeito "colinha" e o segundo voto residual, se tem duas conclusões óbvias. A primeira é que a grande concentração de votos de Lindberg, Crivella, Picciani e Waguinho, se deu entre estes. Uma espécie de análise combinatória de 4, dois a dois. Além disso, a concentração de votos dos mesmos se deu fora da capital. Na capital, Lindberg teve 36% de seus votos, Crivella 34%, Picciani 35% e Waguinho 34%. Cesar Maia teve 51% de seus votos na capital.
4. Com base em pesquisas na véspera e na boca de urna, se pode usar os seguintes redutores para se chegar aos votos próprios de cada um na capital: Lindberg 50%, Crivella 50%, Waguinho 50%, Picciani 30% e Cesar Maia 70%. Ou seja: Lindberg 760 mil, Cesar Maia 577 mil, Crivella 561 mil, Picciani 355 mil e Waguinho 277 mil. Aplicando a Temer 70% de votos próprios, temos 230 mil votos. Ou de outra forma: esquerda 990 mil, Evangélicos 838 mil, Centro/Centro-Direita 577 mil e PMDB 355 mil.
5. Recortando os votos para deputados federais acima de 50 mil (16 deputados), e agrupando por vetor político, temos: Esquerda (somando PT, PSOL, PCdoB, PV): 425 mil votos. Evangélicos 370 mil votos. Centro/Centro-Direita 219 mil votos. Máquinas PMDB (estado+prefeitura): 208 mil votos.
6. Recortando os votos para deputados estaduais acima de 30 mil, temos: Máquina PMDB- 300 mil \ Esquerda: 200 mil \ Centro/Centro-Direta: 200 mil \ Evangélicos: 109 mil. Foram excluídos os votos de Wagner Montes (sozinho 300 mil) porque não caracterizam um vetor político, devendo se espalhar sem seu nome, claro, ele não sendo candidato.
7. Na medida em que o PMDB terá como candidato à reeleição o atual prefeito, cabe avaliar os demais 3 vetores. Supondo que a esquerda finalmente tenha um só candidato a prefeito, as votações de Lindberg/Molon, Freixo/Alencar, os destacam. Havendo essa unidade, teríamos um vetor fortemente competitivo. O PV -em função de seus compromissos, antes e agora- não pode gerar unidade neste vetor. Teria que apoiá-lo. O terceiro vetor é o evangélico. O destaque é a deputada estadual Clarissa Garotinho, que contará com o apoio derivado dos compromissos assumidos por Crivella com Garotinho. Ela, sozinha, teve na capital 69 mil votos, e 140 mil no estado todo. Essa unidade parece óbvia.
8. Finalmente, o vetor de centro/centro-direita, cujos destaques na Capital foram os deputados federais Otavio Leite e Rodrigo Maia e o candidato a vice-presidente, Indio da Costa. Três nomes que exigiriam também a unidade do PSDB/DEM em torno de um deles. Lembre-se que o PSDB perdeu nesta eleição 20% de seu tempo de TV e o DEM perdeu 30%.
9. Com estes 4 vetores unificados, um a um, teríamos uma eleição competitiva, na Capital-Rio, entre quatro candidatos, em 2012. Lembre-se que (com a exceção à regra de 2004) desde 1992 os candidatos que chegaram na frente no primeiro turno tiveram, sobre votos totais, 24%, 33%, 30% e 28%. E que 20% sempre leva ao segundo turno. Mas sempre pode prevalecer a irracionalidade e um ou outro vetor se dividir. Aliás, isso tem sido comum.
10. Bem, 2011 será um ano de negociações dentro desses grupos. Um ano de economia frágil, de baixo crescimento, de estresse político pela pulverização da câmara de deputados, inflação mais alta, portanto um ano bom para a igualação das condições de partida entre governos e oposições.
0 comentários:
Postar um comentário