Erenice Guerra usou uma carta enviada à então titular da Casa Civil, Dilma Rousseff, para pressionar a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) em 2007 em favor da Unicel Telecomunicações, informa reportagem de Elvira Lobato e Mario Cesar Carvalho, publicada na Folha desta quinta-feira.
O marido de Erenice, José Roberto Campos, era consultor da empresa.
Em janeiro de 2007, o presidente da Unicel, José Roberto Melo e Silva --padrinho de casamento de Erenice e Campos-- mandou uma carta para Dilma com graves acusações à Anatel.
Erenice, que era secretária-executiva da Casa Civil, mandou cópia da carta ao então presidente da Anatel, Plínio Aguiar Júnior, e cobrou explicação urgente.
O empresário acusava a comissão de licitação e a procuradoria da Anatel de mentirem à Justiça Federal, de vazarem informações para empresas de fora da licitação e de coagirem o advogado da Unicel, Gabriel Laender --que depois foi nomeado assessor na Casa Civil.
O advogado Mário de Oliveira Filho, que defende Erenice Guerra, diz que ela nunca fez pressão sobre a Anatel para beneficiar nenhuma empresa.
"É uma retumbante mentira que a Erenice tenha pressionado conselheiros da Anatel. No inquérito policial, nenhum conselheiro diz que sofreu pressão da ministra".
A assessoria de Dilma diz que ela não sabia que o presidente da Unicel era padrinho de casamento de Erenice nem que o marido dela prestava consultoria para a empresa.
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