BRASÍLIA - A Polícia Federal indiciou na tarde desta segunda-feira o jornalista Amaury Ribeiro Júnior pela suposta prática dos crimes de corrupção ativa, violação de sigilo, uso de documentação falsa e pagamento para testemunha silenciar, esse último previsto no artigo 343 do Código Penal. A PF já levantou informações que comprovam o envolvimento do jornalista na quebra do sigilo fiscal de tucanos e de familiares do candidato do PSDB à Presidência, José Serra. Amaury, entretanto, manteve em depoimento que durou seis horas e meia na Superintendência da Polícia Federal a versão de que se valeu apenas de dados desprotegidos por sigilo.
Amaury reafirmou as informações prestadas no último depoimento, do dia 15 de outubro, em que atribui ao ex-coordenador da campanha do PT deputado Rui Falcão (SP) o furto das informações que ele armazenava em seu notebook em um quarto de hotel em Brasília.
O jornalista, no entanto, se valeu no direito de ficar calado para não responder novas perguntas, como por exemplo, a explicação sobre pagamentos em duas parcelas que totalizaram R$ 5 mil, em setembro deste ano, para que o despachante Dirceu Garcia não revelasse sua ligação com Amaury e seu envolvimento na compra de dados fiscais sigilosos junto a delegacias da Receita Federal em Santo André e Mauá, em São Paulo.
Em depoimento à PF, o despachante Dirceu Garcia disse que recebeu de Amaury, por meio de deposito bancário, o dinheiro "para ficar calado".
Amaury Jr. não será preso apesar dos indiciamentos. A PF avalia que o inquérito sobre a quebra de sigilo deve ser concluído nos próximos dias.
O Advogado de Amaury Adriano Bretas afirmou que o indiciamento é positivo porque impede novas especulações sobre o caso.
- O Amaury nega as acusações e agora ele poderá se defender - disse o advogado.
Fonte: O GLOBO
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