SÃO PAULO, 15 de setembro de 2010 - O país terá uma frota de veículos elétricos nacionais circulando pelas ruas em 2014. O anúncio foi feito hoje pelo empresário Eike Batista. A planta será construída ao lado do Super Porto do Açu, em São João da Barra, no norte fluminense, a um custo inicial de US$ 1 bilhão. Eike afirmou que vai buscarfinanciamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e ressaltou que a composição acionária da nova empresa será majoritariamente brasileira.
A produção inicial será de 100 mil veículos, totalmente movidos por baterias elétricas, com tecnologia japonesa e europeia. Eike estimou que, há espaço no mercado brasileiro para uma nova fábrica de veículos.
"A gente está enxergando que, nos próximos dez anos, o Brasil vai consumir 8 milhões de automóveis por ano. Então, tem espaço para gente nova, tem espaço para a indústria nacional, até pelo carinho que o brasileiro teria em comprar um carro bem feito. Vai ser uma empresa nacional, com know-how estrangeiro", disse Eike, durante a Exposição Rio Oil & Gas, que reúne as principais empresas de petróleo e gás do mundo.
O presidente da EBX, considerado o oitavo homem mais rico do mundo, frisou que os carros elétricos representam uma tendência definitiva. Segundo ele, as baterias serão de tecnologia japonesa e o restante do veículo - para cinco passageiros e autonomia de 160 quilômetros - terá concepção e design europeu e brasileiro.
"O negócio do carro elétrico é irreversível. A pessoa que gasta R$ 200 por mês em combustível, num carro elétrico, botando ele na tomada à noite, vai gastar menos que R$ 20. O problema hoje ainda é que o custo inicial da compra do carro está caro, mas o preço das baterias está despencando. Tem uma revolução acontecendo nessa área'.
Entre as facilidades do complexo de Açu para abrigar o projeto, Eike citou a sinergia entre o complexo portuário que está sendo construído, pela empresa LLX, de sua propriedade, duas siderúrgicas, de capital estrangeiro, e uma usina termelétrica, além da existência de estradas de ferro e rodovias para escoamento da produção.
"Só pela logística do Açu, a gente ganha US$ 200 por automóvel, o que é muito dinheiro. Os incentivos naturais estão na eficiência da logística. Vão atracar no Porto do Açu os maiores navios contêineiros, a um custo imbatível. Em qualquer país do mundo, você tem que pensar que o mix de algo montado no país possa ser até 50% vindo de fora. Se você agrega os outros 50% de indústria nacional, mais mão-de-obra, você acaba tendo 70% do coeficiente do país. É isso que a gente quer. A indústria brasileira de autopeças, assim que a gente passa de 20 mil unidades [de veículos], ela se instala em volta". As informações são da Agência Brasil.
(Redação - Agência IN)
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